Na origem da falta de água no caudal do rio, explicou ao SOL fonte oficial da autarquia, estão “os transvases feitos em território espanhol, por decreto do Governo de Espanha, que deste modo desviam água do caudal do Tejo para o Sul do país vizinho, nomeadamente para a zona do Guadiana”.
Outro dos motivos apontados para esta situação – que está a ser devastadora para a agricultura da zona, numa altura em que não tem chovido – é a “bolsa de energia que está prevista, em que só é colocada água nas turbinas da central da barragem de Castelo de Bode quando a energia, em termos de mercado, é mais cara”.
Entretanto, a situação vai piorando: “Além das consequências óbvias para a agricultura, não só em Vila Nova da Barquinha como em toda a região do vale do Tejo, nos últimos anos verifica-se um assoreamento do leito do rio e uma deterioração da qualidade da água face aos caudais cada vez mais reduzidos e insuficientes para sustentar um adequado estado ecológico dos seus ecossistemas naturais”.
E os danos provocado pela falta de água não ficam por aqui, chegando a prejudicar a estratégia turística da autarquia. “(A falta de água) provoca danos nas infra-estruturas fluviais, que ficam a descoberto, assim como a ausência de condições para a prática de actividades desportivas náuticas de aventura e lazer, como a canoagem e os passeios de barco, entre outras actividades económicas como a pesca e os serviços de turismo e de lazer, que são uma componente importante da estratégia de desenvolvimento do Médio Tejo”.
Para tentar resolver a situação, o município de Vila Nova da Barquinha aprovou uma moção do PS, em articulação com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e com a Associação Ambientalista ProTejo, para fazer chegar a sua posição de “descontentamento junto das autoridades competentes” nomeadamente apelando a uma intervenção do ministro do Ambiente junto das autoridades espanholas para que sejam cumpridos os caudais mínimos previstos na Convenção de Albufeira.
Uma gestão coordenada dos caudais do Tejo entre a Agência Portuguesa do Ambiente e a sua congénere espanhola e uma cooperação bilateral na gestão da bacia do rio Tejo são os outros dois pedidos feitos pelas entidades locais para resolver o problema que está a comprometer a economia.