Entretanto a informação foi também confirmada uma fonte oficial do Tribunal da Relação do Porto, segundo a qual “foi ordenada a entrega imediata” de Héctor Naya, aliás, o ‘Koala’. A Relação do Porto informou esta tarde que “no seguimento da não oposição à entrega à Justiça do Reino de Espanha e não tendo [o detido] renunciado ao princípio da especialidade foi homologado aquele consentimento” no âmbito do Mandado de Detenção Europeu.
A decisão de extraditar ‘Koala’ foi tomada esta tarde pelo juiz-desembargador Ernesto Nascimento, da Secção Criminal do Tribunal da Relação do Porto e o arguido não irá recorrer, afirmou ao SOL o seu advogado, Alfredo Santos.
Héctor Naya, condenado a 11 anos de prisão por alegado envolvimento com o grupo independentista conhecido como Resistência Galega, de 33 anos, solteiro, técnico de informática, reside em Vigo e encontrava-se actualmente desempregado. É o mais conhecido membro da organização galega ‘Que Voltem Para a Casa’, constituída para lutar pela libertação de todos os presos conotados com o grupo Resistência Galega.
E foi como dirigente dessa associação que teve duas reuniões com a organização SARE, que se dedica a apoiar familiares dos presos da ETA. Estas decorreram publicamente em Dezembro de 2014, na cidade de Santiago de Compostela, com a presença de Agustin Gorbea, da SARE.
Héctor ‘Koala’ tem um mandado de captura europeu para cumprir 11 anos de prisão, devido ao atentado bombista cometido na madrugada de 4 de Agosto de 2012 contra as antenas de rádio e televisão instaladas no Monte de Sampaio, nos arredores de Vigo.
No seu julgamento, em Madrid, ‘Koala’ desmentiu a autoria de qualquer acto terrorista. Acabou por ser libertado, a título provisório e com uma fiança de seis mil euros, depois de três meses de prisão preventiva. A pena única de 11 anos de prisão já tinha sido confirmada pelo Tribunal Supremo Espanhol, devendo-se a seis anos de prisão pelo referido atentado em Vigo e cinco anos por um atentado frustrado, naquela mesma zona.
Tal como Héctor Gil (‘Koala’) tinham sido condenados, mas a três anos de prisão, pelo mesmo atentado, na Audiência Nacional, em Madrid, Diego Santín Montero, e o único “arrependido” do processo Resistência Galega, Xurxo Rodríguez Oliveira.
Com esta detenção de Héctor José Naya Gil, realizada pelo SEF no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, elevou-se para dez o número de reclusos conotados com o grupo Resistência Galega, oficialmente considerado a principal ameaça terrorista, em Espanha.
Héctor Naya foi ontem condenado em pena suspensa, de um ano de prisão, por crime de falsificação, ao tentar passar com um passaporte falso, para seguir num voo em direcção à Venezuela. Segundo afirmou a sua advogada, Paula Neves, jovem galego pretendia pedir asilo político em Caracas.
Actualizada às 17h29