Após nove horas de deliberação, o Supremo Tribunal italiano decidiu inocentar Silvio Berlusconi no caso Ruby, no qual chegou a ser condenado em primeira instância a uma pena de sete anos de prisão e proibido de ocupar cargos públicos por incitação de prostituição de menores e abuso de poder.
O Supremo Tribunal tem agora até três meses para publicar o acórdão, dando a conhecer o porquê da decisão dos magistrados («corajosos e independentes», segundo o magnata milanês).
Na mesma ocasião, Berlusconi aproveitou para declarar que está de regresso à vida política. «Hoje, a Itália é um país melhor. Arquivada esta triste página, estou de novo em campo para construir, com a Força Itália e com o centro-direita, uma Itália melhor, mais justa e mais livre».
A esta notícia acresce o fim do serviço cívico a que foi obrigado a prestar a doentes de Alzheimer enquanto condenado por fraude fiscal no processo Mediaset. Mas o antigo primeiro-ministro italiano não está em campo livre, como se poderia supor. Desse processo vigora ainda outra interdição, uma vez que foi expulso do Parlamento por seis anos.
As questões judiciais não chegaram ao fim: relacionado com o caso Ruby, terá de responder em tribunal, em Milão, por alegada compra de testemunhos; e em Nápoles corre outro processo, de corrupção.
Neste contexto, não é de estranhar que um grupo de deputados da Força Itália tenham subscrito um manifesto favorável às reformas do Governo de Matteo Renzi.
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