“Sócrates foi preso e levado pelo Ministério Público e foi-lhe aplicada a medida de prisão preventiva sem que hoje tenho sido confrontado pelo qual é acusado. O 25 de Abril nunca entrou verdadeiramente na Justiça. Foram sendo introduzidas sucessivas reformas na Justiça, sobretudo no Processo Penal, para a tornar mais eficaz, mas a verdade é que ela ficou menos eficaz e menos justa”, acusou o líder do MRPP.
Garcia Pereira sublinhou que não tem “qualquer simpatia pessoal nem política por José Sócrates” mas não deixou de lembrar a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, que está preso em Évora desde o final do ano passado, para considerar “intolerável num Estado de direito o que está a acontecer”.
“Temos uma teoria que se prende para investigar. Escuta-se quatro vezes mais em Portugal do que em outro país da União Europeia. Se o processo de Sócrates chegar à fase da acusação e juiz que irá decidir pelo eventual recurso é o juiz que supostamente validou a denteação, que validou as buscas. Isso significa que a investigação criminal em Portugal é uma farsa”, acrescentou o advogado.
A 27 de Novembro do ano passado, o dirigente do MRPP escrevia no Facebook que “a Polícia Judiciária”, com “a cobertura do Ministério Público e de juízes”, prendeu José Sócrates “depois de ter abortado prematuramente a Operação Labirinto” e para “não tocar em Portas e Barroso”.
O Congresso da Cidadania: Ruptura e Utopia para a próxima Revolução Democrática marca o encerramento dos 40 anos do 25 de Abril. Ao longo de dois dias passaram pela iniciativa organizada pela Associação 25 de Abril notáveis sobretudo de esquerda para analisar e reflectir sobre o estado do país e da democracia em ano de eleições, entre eles Carvalho da Silva, Sampaio da Novoa, Rui Tavares, Joana Amaral Dias e Marinho e Pinto.
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