Alguns centros de saúde e hospitais fecharam nos três países, e as pessoas não se deslocavam aos que ficaram abertos, devido ao receio de um contágio ainda mais fácil, ou por estarem confinadas a zonas de quarentena. Por isso, os programas de vacinação contra as doenças infantis ficaram por cumprir desde o início da epidemia de Ébola, há pouco mais de um ano. O sarampo parece constituir o risco maior, segundo os dados compilados por diversas equipas no terreno e nos laboratórios da Europa e dos EUA. Para reunir esses dados, os cientistas calcularam que 75% dos programas de vacinação não foram realizados de todo. E estimam que 20 mil pessoas estejam mais susceptíveis ao sarampo todos os meses, o que aumenta os casos previstos em mais 100 mil, que se somam, por sua vez, aos 127 mil previsíveis sem um surto de Ébola.
Outras doenças de um plano de vacinação básico, como a poliomielite ou a tuberculose, podem também ser alto factor de risco neste cenário. Mas o sarampo continua a ocupar o centro das atenções dos especialistas, “por aparecer durante ou depois de uma crise humanitária, por ser muito infeccioso”, disse Justin Lessler, da Universidade Johns Hopkins (EUA).