Luís Fazenda e João Semedo deverão ficar fora das listas do BE às legislativas deste ano. Fazenda já havia anunciado que vai honrar o compromisso assumido com Francisco Louçã, Miguel Portas e Fernando Rosas – os quatro fundadores comprometeram-se em tempos em deixar a bancada parlamentar – e o ex-líder Semedo terá manifestado a intenção de ceder o seu lugar no Parlamento, apurou o SOL.
As listas com que o BE se apresenta a votos já se começam a esboçar nas distritais do partido. Mas Catarina Martins, porta-voz dos bloquistas, contactada pelo SOL, garante que este não é um assunto que preocupe para já o BE, atirando para a Primavera a conclusão do processo.
A composição das listas deverá respeitar o princípio da limitação de mandatos defendido pelo partido. Assim sendo, Cecília Honório e Helena Pinto deverão juntar-se a Fazenda e a Semedo no adeus ao Parlamento, para o qual foram eleitas em 2005. Mariana Aiveca, também eleita no mesmo ano, poderá integrar novamente as listas por Setúbal, sem garantias porém de que irá ocupar um lugar elegível. Mariana Mortágua, que tem gozado grande atenção mediática à custa das suas intervenções na comissão de inquérito ao BES e ao GES, deverá juntar-se a Catarina Martins e Pedro Filipe Soares como cabeça-de-lista.
O BE ambiciona manter a votação de 2011 (5,2%) e os oito mandatos (menos oito do que em 2009). As sondagens – apesar de registarem uma ligeira recuperação – colocam o partido bem atrás desse objectivo. Marinho Pinto e Rui Tavares, de má memória para os bloquistas nas Europeias do ano passado, são de novo concorrentes de peso.
Lançar programa eleitoral
Dirigentes do BE ouvidos pelo SOL defendem, porém, que tanto o PDR como a plataforma Tempo de Avançar terão de lidar com a incipiente estrutura de implantação no território nacional. Um problema que em tempos prejudicava o BE, face ao PS e ao PCP, e agora pode fazer a diferença a favor dos bloquistas, na disputa por eleitorado com os novos partidos.
Com as eleições na agenda, o BE reúne a Mesa Nacional no dia 22, em Lisboa. As bases do programa eleitoral começarão a ser discutidas e votadas neste encontro, de onde sairá ainda o calendário da pré-campanha. Uma coisa é certa: o Bloco não irá afastar-se um milímetro que seja do cenário traçado para Portugal, nem mesmo por causa dos avanços e recuos do Syriza na Grécia. Trabalhar num cenário de permanência no Euro rasgando o Tratado Orçamental e acabando com a austeridade serão os pilares da proposta de governação do BE.