"Estou muito optimista: não precisaremos de mais de um mês para recuperar todos os territórios que caíram nas suas mãos (dos islamitas)", declarou à BBC.
O exército nigeriano, muito criticado por não ter conseguido conter a insurreição islamita que causou mais de 13.000 mortos em seis anos, anunciou nas últimas semanas vitórias sem precedentes contra o Boko Haram no nordeste.
Até agora, os soldados nigerianos, mal equipados e pouco motivados, eram regularmente acusados pelas populações locais de fugirem quando chegavam os frequentemente mais bem equipados rebeldes.
A operação militar lançada em Fevereiro com o apoio dos vizinhos Chade, Camarões e Níger e a ajuda de mercenários estrangeiros permitiu, segundo o exército nigeriano, expulsar os islamitas de dois dos três estados do nordeste onde se encontraram: Yobe e Adamawa. Estas informações não puderam ser verificadas por fontes independentes.
O estado de Borno, feudo histórico do Boko Haram e o mais afectado pela insurreição, também deve ser libertado "em breve", segundo o exército.
"O Boko Haram enfraquece de dia para dia", afirmou Jonathan Goodluck à BBC.
O presidente nigeriano, que se candidata a uma reeleição no próximo dia 28, foi muito criticado por não ter dado às forças armadas meios para combater o grupo radical desde o início da revolta, em 2009.
Apesar das declarações do exército, o Boko Haram demonstrou que continua capaz de realizar ataques sangrentos, lançando, na quarta-feira e na quinta-feira, um assalto à cidade de Gamboru, onde foram mortos pelo menos 11 civis.
Esta cidade do leste do estado de Borno, próxima da fronteira com os Camarões, foi recuperada ao Boko Haram em Fevereiro pelo exército chadiano, mas as tropas retiraram-se na semana passada e não foram substituídas por soldados nigerianos, segundo os habitantes.
O incidente suscita o receio da existência de problemas de coordenação entre os diversos exércitos envolvidos no conflito.
Lusa/SOL