Doce vida italiana

É um 31 a oitava edição do 8 1/2. Porque se trata de um quebra-cabeças, esta Festa do Cinema Italiano, que inicia esta quarta-feira em Lisboa: apontar armas para a retrospectiva de Sergio Leone ou para as antestreias? Rever ‘Cinema Paraíso’ ou acompanhar a adaptação televisiva de ‘Gomorra’?

Comecemos pelo princípio e pelo fim. ‘As Maravilhas’, na sessão de abertura, distinguido com o prémio do júri de Cannes, e que conta com a presença da realizadora, Alice Rohrwacher; e ‘O Rapaz Invisível’, do laureado com o Óscar Gabriele Salvatores (dia 2), em antestreia internacional: em comum, são protagonizados por adolescentes e crianças.

Como se lê no dossiê da programação a cargo de Stefano Savio, “é evidente que não haverá experiência mais mágica, deslumbrante, profunda e divertida do que espreitar a vida através dos grandes olhos cintilantes de um pequeno ser humano”. E um pouco por todas as secções perpassa essa presença: da nova secção Piccolini – Topo Gigio ou Calimero são alguns dos heróis de outros tempos a (re)ver – à cópia em ultra alta definição (4K) das descobertas de Totò em ‘Cinema Paraíso’, aos inadaptados Aria de ‘Incompreendida’, de Asia Argento, e Davide, de ‘Mais Escuro que a Meia-Noite’, de Sebastiano Riso.

Outros destaques da Festa que se reparte entre o Cinema São Jorge e a Cinemateca são a projecção, pela primeira vez, da versão do realizador de ‘Era Uma Vez na América’ – e em 4K, a antestreia de ‘Que Estranho Chamar-se Federico’, de Ettore Scola, e uma nova secção, Focus, para dar a conhecer uma região italiana, neste caso a Basilicata.

A Festa vai país fora, começando pelo Porto (9 a 12 de Abril) e seguindo por Évora, Caldas da Rainha e Loulé, terminando em Coimbra.

cesar.avo@sol.pt