Easyjet vai mudar procedimentos devido ao acidente nos Alpes

A presidente executiva da companhia aérea Easyjet, Carolyn McCall, adiantou hoje que os procedimentos de segurança no cockpit de aviões da companhia serão alterados para que estejam sempre duas pessoas no interior.

"Vamos mudar o nosso procedimento para que estejam sempre duas pessoas no cockpit", afirmou a responsável para quem outras companhias devem adoptar a mesma medida.

Carolyn McCall, que falava no final da inauguração da nova base do Porto da companhia aérea, garantiu que os protocolos de segurança da Easyjet são "muito elevados" e que os pilotos são avaliados com frequência, quer pelas suas capacidades técnicas como pelas de liderança.

Para a presidente, ainda que o acidente tenha ocorrido com a Germanwings, esta não é "uma situação sobre low-costs, mas sobre uma companhia aérea e um ser humano".

Ainda sobre o acidente que ocorreu com o avião da Germanwings, frisou que este deve servir para aprendizagem das companhias aéreas mundiais.

Um avião Airbus A-320 da companhia GermanWings, a filial de baixo custo da companhia alemã Lufthansa, despenhou-se quarta-feira num local de difícil acesso dos Alpes Franceses perto da localidade de Barcelonnette, na região de Digne-les-Bains (sul de França).

Segundo as autoridades francesas todos os 150 ocupantes do aparelho (144 passageiros e seis tripulantes) morreram no acidente do voo 4U 9525 que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha).

Em conferência de imprensa, hoje, o procurador Brice Robin afirmou que o copiloto do avião, identificado como Andreas Lubitz, 28 anos, "iniciou deliberadamente a descida" do avião, que acabou por embater numa montanha matando todas as 150 pessoas a bordo.

Lubitz, de nacionalidade alemã, "carregou no botão para baixar a altitude do avião" por uma "razão que ainda não é conhecida" dos investigadores, mas que "parece ser o desejo de destruir o avião", disse.

"O copiloto estava sozinho aos comandos", disse Robin, que apresentou as conclusões da análise à gravação dos sons do aparelho recuperada de uma das caixas negras do Airbus A320.

Ainda segundo o responsável, "Ele [o copiloto] recusou abrir a porta do 'cockpit' ao piloto".

Também as companhias aéreas Norwegian, Icelandair e Air Transat anunciaram hoje que passaram a impor a presença em permanência de duas pessoas no 'cockpit' dos aviões, numa reacção à informação de que o acidente da Germanwings foi provocado pelo copiloto.

"Quando um ocupante sair do 'cockpit', passará a ser exigido que nele permaneçam duas pessoas", explicou o responsável de operações de voo da companhia 'low cost' norueguesa Norwegian, Thomas Hesthammer, à agência France Presse.

A companhia aérea de baixo custo britânica EasyJet inaugurou hoje, no Aeroporto do Porto, a sua segunda base operacional em Portugal, um investimento de 80 milhões de euros, responsável por 80 empregos directos, segundo a empresa.

Lusa/SOL