"Todos os produtos registados à base de glifosato são seguros para a saúde humana, o que é comprovado por um dos maiores bancos de dados científicos já compilado sobre um produto agrícola", refere um esclarecimento da Monsanto.
A multinacional transmitia a sua posição acerca das informações divulgadas pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC na sigla em inglês), da Organização Mundial de Saúde, assegurando que "todos os herbicidas à base de glifosato no mercado obedecem a padrões rigorosos determinados por autoridades regulatórias visando proteger a saúde humana".
Na quarta-feira, a Plataforma Transgénicos Fora transmitiram a sua preocupação após a declaração da IARC que aponta para a possibilidade de o herbicida "mais vendido em Portugal", o glifosato, causar aquela doença.
"A Organização Mundial de Saúde, através da sua estrutura especializada – a IARC -, declarou o glifosato (junto com outros pesticidas organofosforados) como 'carcinogénio provável para o ser humano'", alertava um comunicado da Plataforma, que reúne 11 entidades não-governamentais das áreas do ambiente e agricultura.
Esta classificação significa que "existem evidências suficientes de que o glifosato causa cancro em animais de laboratório e que existem também provas diretas para o mesmo efeito em seres humanos, embora mais limitadas", realçava a Plataforma.
A Monsanto, uma das mais representativas empresas do setor agrícola, vem hoje realçar que "encara os processos e avaliações da IARC com forte ceticismo" e que a entidade "já esteve sob críticas antes tanto pelos seus processos como pela sua parcialidade".
O grupo garante que "tem como prioridade a segurança dos seus produtos" e sobre a informação da IARC acerca do glifosato, utilizado, por exemplo, para fins agrícolas e limpeza de arruamentos, salienta não haver pesquisas que fundamentem a referida classificação.
"Cada um dos estudos considerados pela IARC já havia sido anteriormente avaliado pelas agências regulatórias de todo o mundo. A avaliação mais recente foi em janeiro de 2014, pelo governo alemão, em nome da União Europeia", realça.
Para a Monsanto, "dados científicos relevantes não foram considerados [já que] a IARC recebeu e desconsiderou dezenas de estudos científicos e avaliações de agências regulatórias de todo o mundo, que suportam a conclusão de que o glifosato não é um risco para a saúde humana".
Entre os argumentos da multinacional está também a certeza de que a classificação da IARC "não estabelece qualquer correlação entre o glifosato e um crescimento do número de casos de cancro".
Lusa/SOL