Há um partido que o PSD prefere ao CDS

PSD e CDS seriam, à partida, o casamento natural de um governo da Madeira, se as regionais do próximo domingo não derem a maioria absoluta aos social-democratas. Mas Miguel Albuquerque não esconde a preferência por outro partido, o Juntos Pelo Povo (JPP). O problema é que este parceiro preferencial pode não estar disponível.

PSD e CDS seriam, à partida, o casamento natural de um governo da Madeira, se as regionais do próximo domingo não derem a maioria absoluta aos social-democratas. Mas Miguel Albuquerque não esconde a preferência por outro partido, o Juntos Pelo Povo (JPP). O problema é que este parceiro preferencial pode não estar disponível.

Contactado pelo SOL, o cabeça-de-lista do JPP, Élvio Sousa, descarta qualquer cenário de entendimento com o PSD. “Isto não é juntos pelo poder”, diz. Considera mesmo que tal aliança seria “um contra-senso” e “trair a confiança” do eleitorado típico da JPP – cujo compromisso tem sido, desde 2008, “com o povo”.

“Temos de estar preparados para todos os cenários, mas uma coisa garanto, não vai haver acordos com o PSD, não entramos em manobras de secretaria. Está fora de hipótese, o novo objectivo não é, para já, ser Governo”, enfatiza Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Gaula.

O PSD, à beira da maioria absoluta, segundo as sondagens, poderia contar com um bom resultado do JPP, que, ao que tudo indica, conseguirá eleger um grupo parlamentar. Os inquéritos de opinião dão ao partido de Élvio Sousa entre 5,5% e 7,7%.

O Juntos pelo Povo surgiu como um Movimento de Cidadãos, no concelho de Santa Cruz, em Abril de 2009, e foi formalmente reconhecido pelo Tribunal Constitucional como o 21.º partido nacional, em Janeiro deste ano.

Em contraponto às reservas do JPP em ser poder, o CDS-Madeira não esconde o desejo de entrar no futuro governo regional. E o líder nacional do PSD, Pedro Passos Coelho – que não foi à região durante a campanha- poderá dar um sinal ao amigo Miguel Albuquerque para se entender com José Manuel Rodrigues, tendo em vista a aliança para as legislativas que se espera seja anunciada a nível nacional, entre o PSD e CDS.

Continente não condiciona Madeira, avisou Portas

Quando o líder do CDS-PP, Paulo Portas se deslocou à Madeira, no início da campanha eleitoral, colocou o ónus de uma eventual coligação pós-eleitoral na Madeira nas mãos dos dirigentes regionais. Disse que não será a coligação PSD/CDS no continente que irá condicionar o mesmo cenário na Madeira.

Nos últimos dias de campanha, o desejo de maioria absoluta tem sido repetido até à exaustão pelo PSD de Miguel Albuquerque. O direito a governar sozinho conquista-se com a eleição de pelo menos 24 dos 47 deputados que vão ocupar as cadeiras do Parlamento da Madeira.

A percentagem de votos para conseguir a maioria absoluta depende da abstenção. A primeira sondagem (Eurosondagem 15 de Março) deu 43,3% ao PSD, 22,5% à coligação 'Mudança' (PS, PTP, MPT e PAN) e 11,1% ao CDS.

A segunda (Eurosondagem de 21 de Março) deu 46,7% ao PSD, 19,5% à 'Mudança' e 12,5% ao CDS. A terceira sondagem (Católica, 25 de Março) deu 49% ao PSD, 18% à 'Mudança' e 11% ao CDS.

Foto: Élvio Sousa em arruada no centro do Funchal (Tiago Petinga/SOL)