"Embora seja necessário estabelecer prioridades numa investigação, de forma a incluir o máximo de possibilidades para a resolver, não temos o direito de excluir outros cenários, incluindo a mecânica, até porque não ficou demonstrado que o aparelho não apresentava alguma dificuldade", disse o general Jean-Pierre Michel.
Michel mudou-se para Düsseldorf para liderar a missão que colabora com os polícias alemães e insistiu não ter ainda todos os elementos técnicos sobre o acidente, destacando que a análise da segunda caixa-negra, se esta chegar a ser encontrada, será particularmente "esclarecedora", em declarações prestadas à cadeia televisiva "BFM TV".
A análise da gravação dos sons do 'cockpit' do avião da Germanwings que se despenhou nos Alpes franceses na terça-feira concluiu que o piloto se ausentou do 'cockpit', provavelmente para usar a casa de banho, e foi impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta.
Nesse período, o co-piloto accionou deliberadamente o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho.
O avião acabou por embater numa montanha, matando todas os 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.
"O avião pertencia a uma companhia alemã com tripulação e um certo número de vítimas alemãs, por isso a polícia alemã é directamente afectada", disse Michel, assegurando que França irá colaborar com a mesma com "total transparência".
Toda a informação que França reunir, acrescentou, "será transmitida à Alemanha e vice-versa", o que permitirá ajustar a investigação conjunta, com base nas informações disponíveis.
"A dificuldade reside principalmente em saber a razão pela qual o avião se despenhou e nas condições em que tal aconteceu e dar uma resposta às famílias", disse o general, que se encontra agora em Düsseldorf, juntamente com outros dois especialistas franceses, e cuja permanência na Alemanha se prolongará "o tempo que for necessário", sublinhou.
Lusa/SOL