Com base naquilo a que João Duque chama de “afirmação distorcida” reproduzida no i – durante a entrevista, o professor disse que “se fosse hoje não diria aquilo, não participava. Depois reproduziram-se artigos nos jornais e começaram a reproduzir-se emails a dizer que eu o tinha elogiado. Eu respondi sempre que foi pena não me terem enviado aqueles emails um ano antes, a dizer-me que ia premiar um meliante, um escroque da pior espécie. É quando vou para o altar que têm de me avisar que a noiva é uma devassa, não é um ano depois” -, várias personalidades, como Carlos Alberto Amorim, que interpelou Salgado na comissão de inquérito e Carlos Caldeira que pediu desculpa ao gestor. E lamenta Duque, todos, sem terem lido a entrevista em causa: “Lastimo que nenhum dos intervenientes tenha lido a entrevista, coisa que, a ter ocorrido, teria eliminado qualquer equívoco”.
As palavras de João Duque na entrevista – “premiei um escroque da pior espécie” – foram replicadas na última audição de Ricardo Salgado no Parlamento pelo deputado Carlos Abreu Amorim, o que levou Salgado decidiu enviar a carta aos deputados: “Em resposta ao senhor deputado Carlos Abreu Amorim repudiei veementemente a expressão em causa e esclareci que enviei uma carta ao ISEG, na qual manifestei a minha posição sobre as palavras utilizadas” por João Duque, disse Salgado.
Mário Caldeira respondeu ao antigo gestor do BES, dizendo compreender o seu “descontentamento”. Além disso, escreveu o presidente do ISEG, as palavras de João Duque não expressam a posição da instituição: “O presidente do ISEG não subscreve a perspectiva expressa no referido texto”, acrescentou. Mário Caldeira despediu-se com “elevada estima pessoal” de Salgado, agradecendo na missiva “a colaboração prestada”.