A proposta, discutida hoje em reunião de câmara, foi rejeitada com os votos contra da maioria, da vereadora independente Isabel Magalhães e do vereador do PS João Cordeiro. Apenas o proponente, a vereadora socialista Teresa Gago e o vereador da CDU Clemente Alves votaram favoravelmente.
Para o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, a iniciativa do vereador Alexandre Sargento "não é mais do que uma tentativa de obter alguma notoriedade e de se posicionar internamente no Partido Socialista de Cascais, cuja liderança contesta e de que é oposição interna".
Carlos Carreiras considerou ainda "mais estranha" a posição de Alexandre Sargento, porque "votou favoravelmente a atribuição da medalha em 1999, quando era vereador da maioria socialista liderada pelo presidente José Luís Judas".
O autarca sublinhou, ainda, que "não se conhece, até ao momento, nenhuma decisão, do foro judicial ou parlamentar, que condene o cidadão Ricardo Salgado".
"A democracia tem regras. A justiça tem regras. A proposta com que hoje o senhor vereador nos confronta fere uma série de princípios fundamentais do Estado de Direito: mata a presunção de inocência, não comprova factos, não dá hipótese de defesa", adiantou Carlos Carreiras.
O vereador do PS Alexandre Sargento reiterou, em declarações à agência Lusa, que "o mérito empresarial de Ricardo Salgado deveria ser retirado".
"Contudo, respeito democraticamente a decisão dos eleitos da câmara", acrescentou.
Em 1999, a Câmara de Cascais, sob liderança de José Luís Judas, aprovou a atribuição da medalha de mérito empresarial a Ricardo Salgado.
Lusa / SOL