A Embraer, disse, “está a estudar com o Governo português a apresentação de candidaturas a novos investimentos aqui na região de Évora”, ligados aos “novos jactos comerciais” da empresa, “o E2 e o 175”.
Estes investimentos, continuou Paulo Portas, “devem ascender a cerca de 150 milhões de euros” e “alargam a base industrial na região de Évora”, tendo “suporte em projetos de emprego bastante qualificado”.
Segundo o vice-primeiro-ministro, que falava em Évora, nas instalações da Embraer, esses projectos de investimento serão apresentados até ao final deste mês”.
“A AICEP e o programa operacional do Alentejo, uma vez recebidas as candidaturas, têm 60 dias para fazer a análise e nós queremos que, com a maior celeridade possível, as decisões sejam tomadas” para estes projectos tenham “um impacto na economia e no emprego”, frisou.
Lembrando que a empresa, que já possui duas fábricas em Évora (uma de estruturas metálicas e outra de materiais compósitos), assim como um centro de engenharia e tecnologia, é “um gigante da aviação” mundial, o governante insistiu que as intenções de investimento da empresa vão ser analisadas com rapidez.
“Vão ser analisadas, eu garanto, com celeridade, sem atrasos nem demoras, pela AICEP e pelo programa operacional do Alentejo”, sublinhou.
Segundo Paulo Portas, os projectos da Embraer são o exemplo do tipo de investimentos de que Portugal precisa para impulsionar a economia nacional e o crescimento.
“É com investimentos desta grandeza” e com “capacidade de internacionalizar Portugal e de aumentar as nossas exportações, que o nosso crescimento económico poderá chegar a 2% e ser um pouco melhor do que o 1,5% já previsto pelo Governo e que alguns consideram que é insuficiente”, afirmou.
A “condição crítica” do crescimento económico do país, acrescentou, “chama-se investimento e só com investimento é que” é possível “gerar estavelmente emprego”.
Por isso, “tudo o que nós fizermos para atrair investimento é o melhor contributo que podemos dar para o nosso crescimento económico e para a criação de emprego. Se, ao mesmo tempo, esse investimento aumentar a exportação e a internacionalização, tanto melhor”, disse.
Recusando-se a responder a perguntas dos jornalistas não relacionadas com a Embraer – “Não tratei aqui de nada de matérias partidárias” –, o vice-primeiro-ministro considerou que a “parceria” com a construtora aeronáutica brasileira “é um dos sinais mais vivos da relação entre Portugal e o Brasil no século XXI”.
Questionado pela Lusa sobre se o Governo já tomou alguma decisão sobre a eventual aquisição do avião militar KC-390, da Embraer, Paulo Portas limitou-se a afirmar: “Cada coisa a seu momento”.
As duas fábricas de Évora da Embraer foram inauguradas em 2012, após um investimento de quase 180 milhões de euros, enquanto o centro de engenharia e tecnologia abriu no ano passado.
Na cidade alentejana, a empresa produz componentes e peças para o avião executivo Legacy 500, o comercial E1, a aeronave militar KC-390 e também para os protótipos dos aviões comerciais E-Jets E2.
Lusa / SOL