A principal acusada neste processo é Lise Han, de origem taiwanesa, que foi contratada para promover as relações entre França e China naquela região. Segundo a imprensa, Han tinha uma empresa que organizava eventos e viagens para chineses, a Blue Lotus, concedendo contratos públicos a essa mesma empresa. Isto numa altura em que a câmara de Tours procurava atrair turistas asiáticos, ajudando com o financiamento das viagens. Conseguiu desviar dezenas de milhares de euros através deste esquema.
O nome ‘Casamentos Chineses’ vem de uma das actividades mais realizadas, a organização de ‘segundos casamentos’ para casais chineses, que tinham na região de Tours e do Loire, famosa pelos seus castelos, cerimónias românticas em estilo europeu. Mais de 200 casais viajaram da china para estas cerimónias falsas, aparecendo o presidente Jean Germain várias vezes nas fotografias de grupo.
O socialista Jean Germain – que liderou a câmara de Tours entre 1995 e 2014 e neste monto era senador ao serviço do partido – deveria comparecer em tribunal esta terça-feira, para responder sobre as acusações de cumplicidade no desvio de dinheiros públicos e de interesses ilegais.
O julgamento foi suspenso devido à ausência do senador e o seu advogado acabou por ler uma mensagem que tinha sido encontrada no seu carro, citada pela imprensa francesa. “Nunca defraudei a cidade em um cêntimo sequer ou enriqueci e trabalhei sempre por aquilo que acreditei ser o interesse do povo de Tours”, podia ler-se na mensagem, onde Germain afirmva também que o julgamento tinha motivações políticas.
O corpo de Jean Germain, segundo confirmou a polícia, foi encontrado depois perto da sua casa.
Entretanto o Presidente francês, o também socialista François Hollande, manifestou “grande tristeza” pela morte do senador e enviou condolências à família.
emanuel.costa@sol.pt