Sou contra a venda das obras de Miró, que penso revelar uma visão de curto prazo. Se não, vejamos.
Hipótese 1: vender os quadros, por hipótese, por 40 milhões de euros. Com as taxas de juro a 10 anos a 2%, e partindo do princípio que o dinheiro da venda iria na totalidade para amortizar dívida pública, a poupança anual em juros seria de 800.000 euros.
Hipótese 2: conservar os quadros, e expô-los num lugar condigno. As receitas daí resultantes ultrapassariam facilmente os 800.000 euros anuais.
O turismo é um dos sectores de actividade que mais cresce no mundo (quase toda a gente gosta de viajar), e o turismo cultural é um sector importante dessa actividade. Portugal não tem nada equivalente a esta colecção Miró. Vendê-la será pensar no imediato, conservá-la e expô-la será pensar a longo prazo, e será sempre mais lucrativo.