A par dos jovens, judeus e não judeus, a XXVII "Marcha dos vivos" reuniu também alguns sobreviventes dos crimes perpetrados pelo regime nazi.
Desde 1988, mais de 220 mil jovens participaram nestas "Marchas dos vivos", uma "experiência vital" que este ano coincide com o 70.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial (1939/1945) e que está "marcada pelo crescente anti-semitismo na Europa", destacaram os organizadores da iniciativa.
Num comunicado, o presidente do directório responsável pela marcha, Shmuel Rosenman, disse que "cada ano que passa são menos os sobreviventes que podem contar a respectiva história", sendo necessário "passar os testemunhos aos participantes para que sejam os testemunhos da próxima geração".
"Se pudesse escolher, preferia não recordar (…) e [esquecer] a humilhação diária, a rotina da morte, a fome, o frio e a paralisante constatação que estamos sozinhos e impotentes", disse Sigmund Rolat, um dos sobreviventes presentes na iniciativa, num discurso emotivo.
Rolat salientou, no entanto, não ter escolha, defendendo a necessidade de recordar estes factos por "solidariedade" e para resgatar a memória daqueles que morreram.
Mas também por "medo", frisou o sobrevivente, para que Auschwitz não se repita no futuro.
Numa mensagem enviada aos participantes e lida durante a marcha, o papa Francisco manifestou o seu apoio a este género de iniciativas que "são contra a morte mas também contra as mil e uma fobias discriminatórias que escravizam e matam".
O pontífice também elogiou a luta "a favor da vida, da igualdade e da dignidade".
Várias personalidades, como foi o caso dos Nobel da Paz Shimon Peres (ex-Presidente israelita) e Elie Wiesel (escritor norte-americano de origem romena e sobrevivente do Holocausto), da apresentadora norte-americana Oprah Winfrey e de vários líderes religiosos de diversas confissões, participaram em marchas anteriores.
Lusa/SOL