Rui Santos, presidente do Conselho de Deontologia da Ordem, acrescentou que "finalmente, na passada segunda-feira" lhe tinha chegado às mãos a queixa que a jornalista Tânia Laranjo apresentou à Ordem dos Advogados por declarações que o advogado do primeiro-ministro lhe dirigiu a 16 de Março, à saída do Supremo Tribunal de Justiça, onde tinha sido apreciado um pedido de libertação imediata de José Sócrates.
Nesse dia, a jornalista Tânia Laranjo anunciou que ia apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra João Araújo e uma outra à Ordem dos Advogados.
Em causa está a forma como João Araújo se dirigiu à jornalista no final da apreciação do pedido de 'habeas corpus' em que, junto ao edifício do STJ, lhe sugeriu que "tomasse mais banho" e disse que "cheirava mal".
Rui Santos explicou que foi aberto um processo disciplinar, procedimento que permite ao advogado de José Sócrates defender-se das acusações que lhe são imputadas.
"Os advogados só se podem defender em sede de processo disciplinar", frisou Rui Santos.
Contactado pela Lusa, João Araújo escusou-se a comentar a decisão do Conselho de Deontologia da OA, alegando que não comenta decisões que não lhe são notificadas.
"Não faço comentários a decisões que não me são notificadas. Não posso comentar o que não conheço", disse, acrescentando que estranha "que o Conselho de Deontologia notifique os jornais e não os advogados".
Para João Araújo, o facto de ter sabido da abertura do processo disciplinar pela comunicação social reflecte o "descontrolo do conselho".
Lusa/SOL