Em declarações telefónicas à Lusa, a partir de Díli, Nuno Crato lembrou o antigo ministro da Ciência, que disse conhecer desde finais da década de 60, como "um homem que dedicou a sua vida ao desenvolvimento, à divulgação e à promoção da ciência em Portugal".
Uma pessoa, sublinhou, "cuja actividade fica associada a um grande crescimento que a ciência teve" no país.
O ex-ministro da Ciência e do Ensino Superior Mariano Gago morreu hoje, em sua casa, em Lisboa, aos 66 anos, vítima de doença, disse à Lusa a sua secretária.
Para o actual titular da pasta, Mariano Gago era, além de "um cientista reputado e um orador brilhante", uma pessoa com quem era "agradável de estar" e com quem tinha "conversas estimulantes".
Mariano Gago foi ministro da Ciência e da Tecnologia, de 1995 a 2002, dos XIII e XIV Governos Constitucionais, liderados por António Guterres, e ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em novos governos do Partido Socialista – XVII e XVIII -, desta vez com José Sócrates como primeiro-ministro, de 2005 a 2011.
Licenciou-se, em 1971, em engenharia electrotécnica, no Instituto Superior Técnico, onde foi professor catedrático.
Doutorou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1976, foi presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e dirigiu o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa.
Em comunicado, toda a equipa ministerial, incluindo ministro e secretários de Estado, nomeadamente a da Ciência, lamenta a morte de Mariano Gago e deixa "as mais sentidas condolências à família".
A nota adianta que a secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, representará o ministro nas cerimónias fúnebres, uma vez que Nuno Crato se encontra em visita oficial a Timor-Leste, no âmbito da 1ª Reunião Extraordinária de Ministros da Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Lusa/SOL