"Não é possível fazer isso", disse Carlos Tavares no parlamento, referindo-se a uma possível análise sobre os clientes que teriam sido lesados intencionalmente ou não na compra dos respectivos produtos.
"Os meios de prova são diferentes. Há emails, telefonemas? Como é que vamos distinguir uns dos outros?", interrogou o responsável, reiterando todavia que "há um fundamento para que a dívida para com estes credores comuns do BES seja assumida pelo Novo Banco como foi assumida inicialmente".
E acrescentou: "Estes clientes eram credores comuns do BES. Deixaram de ser do GES, ESI e Rioforte, e com estes compromissos transformaram-se em credores comuns do BES".
Em comum, todos os lesados têm o facto de terem recebido "informação que não era verdadeira" e lhes ter sido dito, "repetidamente", que o papel comercial "era uma responsabilidade do BES".
Carlos Tavares está a ser ouvido esta tarde pelos deputados Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) numa audição onde está a apresentar o plano de actividades da CMVM e a programação do seu desenvolvimento, mas onde a questão em torno do papel comercial do GES está também a dominar atenções.
Ao mesmo tempo, o responsável está a fazer um balanço dos trabalhos da entidade entre 2005 e 2015.
A audição é uma obrigatoriedade estabelecida pela lei-quadro das entidades reguladoras.
Lusa/SOL