Evolução contribui para propagação de espécies invasoras no mundo

As mudanças evolutivas estão a contribuir para a rápida propagação de espécies invasoras no mundo, o que eventualmente pode trazer custos ecológicos e socioeconómicos graves a nível global, refere um estudo hoje publicado por cientistas suíços.  

Usando modelos computacionais e pequenos mundos artificiais criados em laboratório, o grupo de investigadores da Universidade de Zurique e do Instituto Eawag, ligado à pesquisa subaquática, na Suíça, estudou a relação existente entre as mudanças evolutivas e a rápida propagação das espécies invasoras no globo, e concluiu que, "devido à mobilidade das pessoas no mundo", algumas espécies invasoras "são transportadas para países e mesmo continentes onde nunca tinham sido encontradas antes".

"Em novos ambientes, os invasores, muitas vezes, espalham-se através da paisagem em taxas alarmantes. Por outro lado, as espécies residentes podem ser forçadas a espalhar-se para além do seu habitat original – também em consequência das mudanças climáticas globais", referem os investigadores num artigo publicado pela revista Nature Communications.

A equipa de biólogos teóricos e experimentais, coordenada por Emanuel Fronhofer e Florian Altermatt, da Universidade de Zurique, refere que este estudo sobre a propagação de espécies de plantas e animais pode ajudar na compreensão da ocorrência de certas doenças, tal como demonstrou uma pesquisa feita recentemente por um grupo de cientistas sobre o sapo cururu que ameaçou a biodiversidade na Austrália.

Há alguns anos, o sapo cururu, uma espécie invasiva venenosa transportada da América, espalhou rapidamente uma doença em todo o continente, matando várias presas, incluindo cobras, aves de rapina e crocodilo, devido a sua alta toxicidade.

De acordo com os resultados publicados na revista Nature Communications, os cientistas suíços esperam que, em breve, seja possível fazer previsões confiáveis da propagação de animais, plantas e organismos patogénicos a nível mundial, que levam em conta a rapidez das mudanças evolutivas.

Lusa/SOL