2. Se os adeptos fossem exclusiva ou essencialmente racionais, poderíamos ter antecipado o que aconteceu ontem. Jorge Jesus, no presente ano, abandonou as suas ideias de futebol-espectáculo e aderiu à escola de José Mourinho do “futebol-resultado” ou “futebol- eficaz”. O Benfica entrou muito prudente, com um enorme rigor táctico, mais à defensiva do que à ofensiva – à espera que o Futebol Clube do Porto tomasse a iniciativa de jogo, arriscasse mais e o Benfica com jogadores rápidos pudesse, num lance de criatividade, sentenciar a partida. E o campeonato.
3. Todavia, o Porto percebeu a “mourinhização” de Jesus e surfou a mesma onda: tivemos um Porto expectante, com músculo e organização na defesa e no meio-campo mais recuado – mas sem capacidade de criar jogo, com passes disparatados dos seus defesas (Maicon esteve desastrado neste particular!) e um Jackson em evidente esforço físico.
4. Se podemos perceber a estratégia montada por Jesus – ao Benfica bastava um empate e tem sido esta a táctica de Jesus nos grandes jogos, com os resultados objectivamente a darem razão ao técnico do Glorioso –, já a estratégia de Lopetegui (ou, citando os adeptos portistas comentadores de TV, o Lotopegui) nos parece desastrada. Então o Porto precisa de ganhar na Luz, de ganhar por dois golos de vantagem – e vai jogar com equipa altamente defensiva? Com Rúben Neves em vez de Quaresma? Com Herrera no banco?
5. E o mais engraçado é que foi o próprio Lotopegui que reconheceu o erro: aos 30 minutos de jogo, já Herrera iniciara exercícios de aquecimento para entrar na segunda parte! Foi uma confissão expressa e inequívoca do erro por parte do treinador espanhol do Porto! E não foi a primeira vez: já no jogo frente ao Bayern, Lopetegui havia cometido o mesmo falhanço monumental. O que se passa com Lopetegui? Pouca segurança nas suas escolhas? Pouca experiência? Pouca preparação técnica? Muita incompetência? Parece-nos que a resposta correcta é a última hipótese.
6. Lopetegui (ou Lotopegui, para os adeptos portistas) é o treinador mais incompetente que já apareceu nos grandes portugueses desde há muito tempo. Comparado com Lotopegui, Co Adriaanse ou Victor Fernández são treinadores de topo mundial. Lopetegui é mau na definição da estratégia da equipa; é péssimo na escolha dos jogadores do onze; é pouco lúcido nas substituições; gosta de criar conflitos no balneário apenas pelo conflito. Lotopegui não motiva os seus jogadores – antes, prefere impor a sua “autoridadezinha”, gerando conflitos evitáveis com jogadores do seu plantel.
7. Para além de tudo isto, para nós, o ponto mais censurável em Lotopegui é a sua falta de carácter e de civismo, não só como profissional, mas sobretudo como Homem. Lopetegui não tem personalidade própria, é brejeiro e é muito mal educado.
8. Lotopegui não tem personalidade própria: inicialmente era muito cordial, com os jornalistas e com os seus adversários – dois meses depois, Lotopegui começou a ser arrogante e grosseiro para com os jornalistas e adversários. Porquê? Porque alguma estrutura do Porto o mandou ser assim. Um Homem assim é um Homem sem personalidade.
9. Lotopegui é brejeiro – como ficou demonstrado ontem na sua atitude (ridícula) de se dirigir a Jorge Jesus para o cumprimentar e, em vez disso, o começar a insultar e ameaçar de agressão física. É um homem sem princípios: um espanhol que chega a Portugal e pensa que é o dono do nosso País. Que manda em tudo e todos. Estava muito enganado: Lopetegui, no fundo, é um frustrado e trata Portugal e os portugueses como a classe B ou a divisão inferior de Espanha. Está muito enganado! Afinal, o único treinador de categoria B ou C que trabalha em Portugal é ele mesmo: o Sr. Lopetegui…
10. Lopetegui é mal-educado – não tem respeito por nada nem ninguém. Só por ele mesmo. Hoje, o balneário do Porto deve estar em polvorosa. Não é Ricardo Quaresma?
Enfim, para nós benfiquistas, a continuidade de Lotopegui como treinador do Porto seria uma óptima notícia para começar o Verão. Porque, no fundo, Lotopegui é competente. É um competente servidor da estrutura mais radical do Porto, mudando o seu discurso e a sua postura à vontade do “freguês” dirigente do Porto. É um competente historiador – conhece a história política portuguesa, inclusive os Ministros de Portugal (vide a sua declaração lembrando aos portugueses que Rui Gomes Silva foi Ministro dos Assuntos Parlamentares…). Pena é que seja um treinador muitíssimo incompetente…Mas, porventura, para a estrutura do FC Porto este seja apenas um pormenor…
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