"Esta coligação é feita de convicção. Estamos mobilizados para dar novamente a Portugal um Governo estável, maioritário e confiável", assegurou, em declarações entre a reunião da Comissão Política dos centristas, na sede lisboeta, e o Conselho Nacional.
O dirigente do CDS-PP anunciou que a proposta "foi aprovada por unanimidade" e que "o sentimento geral" é o de que a coligação, "aberta a independentes, tem uma justificação que é o interesse de Portugal".
"Não discutimos a parte formal do acordo. Neste acordo, o critério seguido foi institucional, tendo por base um precedente – as últimas legislativas -, tal qual nas europeias. O critério foi precisamente o mesmo, o das últimas eleições. Em nenhum momento ou circunstância, o CDS colocou nestas negociações qualquer exigência relativamente à obtenção de cabeças de lista", disse, quando questionado sobre a possibilidade de o CDS-PP vir a não ter uma figura no topo de qualquer dos círculos eleitorais.
Nuno Melo criticou ainda o cenário macroeconómico recentemente apresentado pelo maior partido da oposição (PS), por não ser "bom nem viável, porque volta a implicar um défice que dispara e um descontrolo da dívida", assegurando que a atual maioria vai avançar para um "ciclo económico diferente", graças ao "desemprego a descer consistentemente, as exportações a bater todos os recordes, o turismo nos melhores níveis de sempre", entre outros indicadores.
"Tendo nascido em tempos de excecionalidade e recebido um país em bancarrota, [esta coligação] terminou o ciclo com a 'troika', repôs a capacidade de financiamento nos mercados, saiu do programa de ajustamento sem programa cautelar, livrou Portugal de um processo por défice excessivo e já reembolsou um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional que significou muitos milhões de euros de juros", enumerou.
O vice-presidente centrista recusou ainda comentar o tema das eleições presidenciais, privilegiando "o ciclo das legislativas", embora reconhecendo que o CDS-PP também vai ter "uma palavra a dizer".
"É doutrina firmada, nesta casa não comentarmos, em circunstância alguma, investigações em curso", disse ainda, ao ser confrontado com as novas buscas judiciais a instalações do Fisco, já que o secretário de Estado da tutela é o centrista Paulo Núncio, preferindo respeitar "a Justiça, em obediência ao principio da separação de poderes".
Lusa / SOL