O autarca, que falava na reunião camarária de hoje, acrescentou que o município não vai retomar a candidatura da Baixa Pombalina a Património Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), alargando-a antes a outras zonas.
"Foram os deputados municipais que puseram a hipótese de, em vez de se retomar o processo, alargar a área a [outros] bairros históricos e não apenas a Baixa", assinalou Manuel Salgado, que respondia a questões levantadas pelo vereador social-democrata António Prôa, que ali salientou a importância desta candidatura para a "salvaguarda do património".
Desta feita, a candidatura vai incluir a "classificação numa nova categoria, em Paisagens Urbanas Históricas", disse.
Porém, segundo Manuel Salgado, isso será só será possível depois de 2017, já que Portugal integra o Comité do Património da UNESCO até esse ano, o que impede o país de apresentar candidaturas.
Segundo este responsável, "a candidatura da Baixa e área envolvente está a ser trabalhada pelos serviços da Câmara e prevê-se que seja apresentada até Fevereiro de 2018".
O autarca, que integrou o comissariado da Baixa-Chiado, responsável pela elaboração de um plano de intervenção para aquela zona, referiu que a candidatura mais alargada "já não será feita neste mandato, mas será neste mandato que serão desenvolvidos trabalhos necessários" para a mesma.
A candidatura da Baixa lisboeta à distinção da UNESCO foi aprovada em 2005 pela Câmara de Lisboa, então presidida por Pedro Santana Lopes, mas o processo não avançou porque foi necessário garantir "uma proposta muito forte", explicou Manuel Salgado à Lusa em 2011, altura em que se pensou retomá-la.
Na aprovação do dossiê final, em Julho de 2005, a Câmara de Lisboa destacava que a candidatura da Baixa Pombalina a Património Mundial representava "uma oportunidade única para obter o reconhecimento internacional deste património histórico e monumental, que constitui parte integrante da alma e da identidade" da capital.
A área a classificar correspondia ao plano de reconstrução elaborado em 1756 – ano a seguir ao terramoto que destruiu grande parte da cidade — e compreende a zona baixa e central, que incluía, entre outras, as ruas Áurea, Augusta e dos Fanqueiros e as praças do Rossio, da Figueira e do Comércio. Eram ainda abrangidas a zona ribeirinha e a zona alta, que compreende o Chiado, assim como, a Ocidente, a zona envolvente a Chagas e Santa Catarina, e a Oriente, a zona confinante com a Rua de São Mamede.
Lusa/SOL