Na terça-feira à noite, o exército anunciou ter libertado 200 raparigas e 93 mulheres na floresta de Sambisa, um dos bastiões do grupo islamita no nordeste da Nigéria.
"Claro que as pessoas pensam nas adolescentes de Chibok quando ouvem que 200 raparigas foram libertadas do Boko Haram na floresta de Sambisa", declarou Sani Usman, porta-voz do exército.
"Mas, de acordo com investigações preliminares, as raparigas libertadas não são as que foram raptadas em Chibok no ano passado", acrescentou.
A 14 de abril de 2014, 276 estudantes liceais foram raptadas pelos islamitas do Boko Haram do dormitório do liceu feminino de Chibok, um caso que desencadeou uma onda de emoção e solidariedade em todo o mundo.
Cinquenta e sete adolescentes conseguiram fugir algumas horas após o rapto, mas as autoridades continuam a não ter qualquer informação das 219 reféns, desde a difusão de um vídeo, em Maio do ano passado, pelo Boko Haram, no qual se pode ver uma centena de estudantes liceais de véu, a recitar o Alcorão.
O porta-voz das forças armadas nigerianas, Chris Olukolade, declarou que as ex-reféns ainda estavam a ser examinadas e interrogadas para determinar a identidade, acrescentando "ainda não ser possível confirmar" se há raparigas de Chibok neste grupo.
"Não é razoável declarar apressadamente que não há raparigas de Chibok neste grupo. Ainda não foi possível confirmar isso. Uma ou duas podem estar" entre o grupo libertado na terça-feira, disse.
De acordo com Usman, a vasta floresta de Sambisa, um antigo parque nigeriano da era colonial, abriga numerosos campos do Boko Haram e apenas quatro foram destruídos até ao momento.
Cerca de duas mil mulheres e adolescentes foram raptadas pelo grupo islamita desde o início do ano passado, de acordo com dados da organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional.
"As nossas operações continuam e esperamos socorrer todas estas raparigas e mulheres, incluindo as de Chibok, nas mãos do Boko Haram, o mais depressa possível", acrescentou.
"Mas, de momento, podemos afirmar que as raparigas (libertadas) não são as de Chibok", insistiu.
Lusa/SOL