Esta é uma das principais conclusões de um relatório publicado hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE), que fixa como objectivo a triplicação dos fundos para investigação e desenvolvimento (I+D) em tecnologias energéticas limpas.
Num comunicado da AIE, a directora executiva da instituição, Maria van der Hoeven, sublinha que para triplicar os 17.000 milhões de dólares que se destinam a I+D é necessário que os governos e o sector privado "trabalhem estreitamente" e se concentrem nas tecnologias com baixas emissões de dióxido de carbono.
Para ilustrar com exemplos concretos a contribuição que podem ter aquelas tecnologias Van der Hoeven refere os painéis solares ou as reduções do consumo de carburante nos automóveis.
No estudo Perspectivas de Tecnologias Energéticas 2015, a AIE, que agrupa os grandes países desenvolvidos, insiste no carácter 'chave' das tecnologias de ruptura para mobilizar a acção para enfrentar o aquecimento global.
A AIE também sublinha que apesar de alguns recentes êxitos, os progressos nas energias limpas não estão à altura do que faz falta para limitar o aumento das temperaturas globais a dois graus centígrados, um nível que se considera controlável.
A organização sublinha ainda que a I+D por si só "é insuficiente para converter as novas tecnologias de ideias e produtos comerciais" e que os Governos têm um papel na "criação de oportunidades iniciais de mercado que enviem um sinal" a quem está atrás das inovações e aos investidores.
Van der Hoeven recorda que este tipo de transformações são as que permitiram que nalgumas regiões do mundo a energia eólica ou a solar tenham passado a ser as de mais baixo custo.
Segundo o cenário central dos autores do estudo, limitar a dois graus centígrados o aquecimento global implicaria uma redução de 40% das emissões de dióxido de carbono.
Lusa / SOL