O actual ministro do Interior, Thomas de Maizière, vai ser interrogado na quarta-feira na comissão parlamentar de segredos oficiais sobre o tempo em que foi ministro da chancelaria e, como tal, responsável pela coordenação dos serviços secretos.
Questionada hoje sobre o assunto numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo checo, Merkel limitou-se a insistir que não deve existir espionagem entre países amigos e que a cooperação com os serviços secretos estrangeiros é de grande importância.
Uma das questões suscitadas pelo é se a NSA incorreu em actos de espionagem económica contra empresas alemãs e se, para isso, contou com a ajuda da Agência de Informações Alemã (BND).
Um porta-voz do Governo insistiu que todas as informações relacionadas com os serviços secretos devem ser prestadas à comissão de segredos oficiais e não à opinião pública.
Dentro do Governo alemão, começando pelo ministro de Economia e vice-chanceler, Sigmar Gabriel, há quem considere que as informações prestadas ao parlamento não são suficientes.
"O que estamos a viver é um escândalo à volta dos serviços secretos com capacidade de gerar um grande choque", afirmou Gabriel na condição de presidente do partido Social Democrata (SPD, sigla em alemão).
O vice-chanceler apelou para que os dados de conexão dos computadores dos serviços secretos sejam entregues à comissão de segredos oficiais e à comissão parlamentar que investiga o escândalo.
Na mira das investigações está o actual ministro da chancelaria, Peter Altmeier, e os seus antecessores, Ronald Pofalla e De Maizière, todos membros da União Cristã Democrata (CDU), partido de Angel Merkel.
O escândalo da espionagem perturbou a ala bávara da CDU, a União Social Cristã, que pediu hoje que o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, que foi ministro da chancelaria durante o Governo de Gerhard Schröder (1998-2005), preste declarações.
Lusa/SOL