Madeira em festa

Na passada semana tive o prazer de aceitar um convite que me havia sido endereçado para moderar um debate para discutir entretenimento, eventos, noite e comportamentos na Madeira. Aceitei sobretudo porque acredito e me revejo em projectos que promovem a arte, a cultura e o debate de ideias, e a Arts In tem feito isso…

Para além de uma plateia atenta e interessada, o que mais me espantou foi a quantidade de projectos e ideias que por ali proliferam e que permitiram uma conversa bem agradável naquilo que me parece às vezes faltar neste meio. É que no que a eventos diz respeito toda a gente acha que sabe fazer mas poucos o discutem nos termos de facto importantes. E como seria fantástico se pudéssemos replicar este debate pelas escolas deste país até para dar a pais e filhos respostas elucidativas sobre comportamentos, atitudes, formas de acção e actividades interessantes que promovem música num clima de festa e segurança.

 

Dois projectos chamaram-me particularmente à atenção. O NOS Summer Opening, pela criatividade e diversidade. Basta dar uma olhada pelo site para perceber a inteligência de quem programou o festival. Dividido em quatro formatos – Ar, Água, Fogo e Terra -, este evento não se limitou a contratar um cartaz de qualidade, mas apostou em programas e pacotes para quem quer visitar a ilha nesse dia com actividades bem distintas e que permitem a quem vem de fora a descoberta do arquipélago, as actividades radicais, um passeio no mar e, claro, um cartaz eclético como cereja no topo do bolo. Acredito que este tipo de formatos será essencial para o crescimento do entretenimento que se faz por ali.

 

Também o Funchal Jazz, pelo arrojo e determinação, merece o meu destaque. Apostando na educação através da música e com um cartaz que dentro do estilo preenche vários gostos, é de realçar a vinda de alguns dos maiores nomes do jazz americano. Aliás, não é preciso ser um grande entendido para conhecer nomes como Joe Lovano ou Kurt Elling. Interessante também a oportunidade dada ao primeiro colectivo de jazz madeirense.

 

É com este género de projectos – que confesso me surpreenderam pela positiva – que se podem criar condições para dinamizar por vezes zonas do país mais distantes da capital. Uma grande oportunidade para visitar o fabuloso arquipélago e beber um pouco da magia das ponchas, das paisagens fabulosas e agora também dos eventos de qualidade. Fiquei com água na boca e tudo farei para lá voltar nessa altura para estar 'Na Linha da Frente'…!