No ano passado, o Banco Espírito Santo (BES), que deu origem ao Novo Banco depois da intervenção do Banco de Portugal na instituição no início de Agosto – a par da Caixa Geral de Depósitos (CGD), do Banco Comercial Português (BCP) e do Banco BPI – participou nos exames à banca europeia realizados pelo BCE.
Contudo, o colapso do BES impediu que a parte relativa à avaliação dos seus activos fosse concluída a tempo de os resultados serem incluídos na divulgação pública feita por Frankfurt no final de Outubro.
"Como a instituição [Novo Banco] foi amplamente reestruturada, os constrangimentos de 'timing' [calendário] não permitem que a 'comprehensive assessment' [avaliação de activos] seja completada para publicação a 26 de Outubro", avançou na altura à agência Lusa fonte oficial do BCE.
Já a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa), revelou no início de Outubro do ano passado que, tendo em conta a medida de resolução aplicada ao BES e a criação da nova instituição financeira – o Novo Banco, uma entidade de transição -, o teste de 'stress' teve que ser adiado, sem referir nova data.
E é precisamente este teste de resistência que vai agora avançar, segundo a informação hoje avançada pelo BCE.
De resto, há mais oito bancos europeus que vão ser sujeitos este ano a exames completos, semelhantes aos efectuados no ano passado a 123 instituições bancárias de relevo na Europa.
Ao contrário do que acontece com o Novo Banco, que só necessitará de ser submetido ao teste de 'stress', os outros oito bancos vão ser sujeitos aos exames completos, isto é, à avaliação de activos e ao teste de resistência.
Os bancos em causa são o Banque Degroof (Bélgica), a Agence Française de Développement (França), o JP Morgan Bank Luxembourg (Luxemburgo), o Mediterranean Bank (Malta), o Sberbank Europe (Áustria), o VTB Bank (Áustria), o Unicredit Banka Slovenija (Eslovénia) e o Juntarahoitus Oyj (Finlândia).
Os testes de 'stress' da EBA avaliam a capacidade de resistência dos bancos da União Europeia face a um potencial cenário macroeconómico adverso, ao passo que o BCE está a conduzir uma extensa avaliação dos activos das instituições que passará a supervisionar a partir de Novembro.
A 03 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.
Lusa/SOL