Professor polémico investigado pela quarta vez

Pedro Cosme o professor universitário que incendiou as redes sociais com comentários racistas vai ser investigado pela quarta vez pela Universidade do Porto, onde dá aulas. 

Frases como "Para aumentar o número de contribuintes, é preciso desviar os barcos com a pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve” ou a solução para “diminuir o número de pensionistas é matá-los”, que constam de textos publicados pelo professor no blogue Economico-Financeiro saltaram para a ribalta. Foram citadas pelos deputados Duarte Marques e Francisco Louçã e agitaram as redes sociais e a blogosfera nos últimos dias. Na terça-feira valeram-lhe mesmo a primeira página do jornal i, que analisa “A história do professor universitário mais odiado de Portugal”.

Perante a polémica, a Universidade do Porto abriu-lhe ontem, terça-feira, um processo de averiguações junto da Comissão de Ética que irá analisar se as posições veiculadas pelo docente no seu blogue vão contra os princípios éticos defendidos pela Universidade, que defende a igualdade de tratamento independentemente de questões de género e de ordem social, política, étnica ou religiosa. Mas ao que o SOL apurou, já em anos anteriores a Faculdade de Economia do Porto abriu três processos de averiguações por posições defendidas pelo professor no seu blogue, que foram encerrados sem qualquer consequência.

Aliás no seu blogue, Pedro Cosme até ironiza com o assunto pedindo aos leitores que enviem um e-mail à universidade defendendo que tem “todo o direito a escrever” no blogue o que bem lhe apetecer. E deixa até uma sugestão de texto aos leitores, pedindo que nesse documento defendam que “o Blog do Cosme não põe em causa o prestígio da Faculdade de Economia do Porto”.

Pedro Cosme também desvaloriza a atenção mediática de que está a ser alvo, que justifica com a “personagem” que assume no mundo virtual. E mais uma vez fá-lo com um texto polémico: “E não matei 5 peregrinos, que seria se o tivesse feito”. 

joana.f.costa@sol.pt