Golfe ‘low cost’ na cidade

O Centro Nacional de Formação de Golfe, no Vale do Jamor, registou no ano passado cerca de 14 mil voltas e no driving range foram “batidas” 2,5 milhões de bolas, apesar da afluência ter sido muito afectada pelos meses de mau tempo, com chuva intensa. No primeiro fim-de-semana de 2015 foi estabelecido um novo recorde,…

O golfe do Jamor é o primeiro campo a custos reduzidos na região de Lisboa e o primeiro campo público. Foi inaugurado a 5 de Setembro de 2013 depois de muitos anos de promessas, avanços e recuos e de vários projectos.

“É um campo público e a diferença é que a gestão é da federação e não de uma autarquia”, disse o presidente da FPG, Manuel Agrellos.

“Está a cumprir os objectivos e a registar cada vez mais afluência. A federação está a acompanhar essa evolução e vamos ter melhorias já este ano, com a abertura de um ginásio específico para golfistas, a área da restauração vai ser totalmente remodelada, vamos ter uma loja de golfe moderna e a recepção será também mudada, ficando mais acessível aos visitantes”, acrescentou Manuel Agrellos.

O Centro Nacional de Formação foi a concretização de um sonho de longos anos da FPG, mas continua a evoluir.

O golfe surgiu pela primeira vez no Jamor em 1986 com a construção de um campo de treino e instalações provisórias, a cargo da federação. Depois disso, houve vários anúncios, com cerimónias públicas, sobre os projetos para o golfe no Jamor, desde um concurso público para 18 buracos ganho por uma sociedade e depois anulado pela tutela, até ao actual projecto, que tinha previstos 18 buracos, passou depois para 9 e mesmo assim esteve alguns anos em dúvida.

“Quando eu era Ministro da Educação (1985-1987) e o Prof. Mirandela da Costa era Director-Geral dos Desportos cheguei a sugerir a construção de um campo de golfe aqui “, disse-nos João de Deus Pinheiro, antigo ministro e comissário europeu, que fez a sua estreia no campo do Jamor no início de Janeiro.

“Tenho um carinho muito grande pelo esforço feito ao longo dos anos, até surgir este campo que é muito simpático e com excelentes greens”, acrescentou.

Este Centro de Formação tem um campo de 9 buracos (par 34 – com 3 “par 3”, 5 “par 4” e 1 “par 5”, num total de 2442 metros), zona de treino com 27 posições, treino de bunkers e putting green. A alta competição tem um espaço próprio para treino, o chamado “buraco 10” (na zona oposta ao driving range), com putting green, bunkers,etc… Conta com três profissionais de ensino (Nuno Campino, Tiago Osório e Luís Barroso).

O campo, que fica a poucos minutos do centro de Lisboa e localizado junto ao Estádio Nacional, entre Linda-a-Velha e Linda-a-Pastora, tem uma escola com 160 jovens entre os 5 e os 18 anos e recebe também alunos de várias escolas da região de Lisboa, sempre acompanhados de professores de educação física com especialização em golfe, tendo aulas e jogo no campo, sempre gratuíto. Ás terças-feiras, recebe também um grupo de vinte alunos de golfe dos Special Olympics, acompanhados de professor de golfe.

“Há cada vez mais afluência e notamos a presença cada vez maior de novos jogadores. O que me dá mais prazer é ver aqui cada vez mais caras novas, ver que os amigos trazem novos amigos, praticantes ou entusiastas”, disse Luís Costa Macedo, director do Centro, salientando que recebem também regularmente “clínicas” de empresas ou escolas e que várias instituições de solidariedade social procuram o Centro para proporcionar experiências de golfe aos jovens que apoiam.

O Centro está aberto entre as 7h30 e as 20h00 e durante a semana fecha às 22h00 (tem iluminação no driving range). Qualquer pessoa pode jogar ou treinar neste campo low cost, que, por enquanto, não organiza torneios.

Os preços variam entre os 5 e os 10 euros para federados e 15 euros para não federados (green fee) e um cesto de bolas custa um euro. As áreas de putting e chipping são de utilização gratuita.

O campo, com alguns dos buracos paralelos à Ribeira do Jamor, é um bom desafio e apresenta todos os graus de dificuldade. Os greens são grandes e ligeiramente ondulados e rápidos.

“É um campo simpático e desafiante, muito agradável de jogar. Os buracos mais fáceis acabam por compensar os mais complicados. Sempre que posso venho ao Jamor”, disse-nos Valdemar de Carvalho, antigo jogador de hóquei em patins e com handicap 10.

O “ponto de encontro” no Jamor é o restaurante, liderado há 12 anos por Raúl Rodrigues, golfista de handicap 4 . Ao almoço, está sempre com grande ocupação e há cada vez mais pessoas que aproveitam para “bater” algumas bolas, almoçar e voltar ao trabalho. Os preços são acessíveis e além da carta variada tem sempre um prato do dia.

 

Artigo escrito por Valdemar Afonso, ao abrigo da parceria entre a Revista GOLFE Portugal & Islands com o Jornal SOL.