"Este protesto vem no seguimento de vários pedidos ao senhor governador do BdP, para nos receber, para conversar connosco e tentar começar a encontrar algumas possíveis soluções para os nossos problemas", disse aos jornalistas Fernando Santos, representante do Movimento de Pequenos Accionistas do BES.
Apitos, palavras de ordem e cartazes com críticas a figuras como o governador do BdP, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o antigo líder do BES Ricardo Salgado, marcaram o protesto convocado para esta tarde junto ao BdP, na Rua do Comércio, em plena baixa lisboeta.
Os protestos, afiançou Fernando Santos, "vão continuar" no futuro "até que seja encontrada uma solução para as cerca de 33 mil pessoas que foram efectivamente prejudicadas com a medida de resolução e as falhas graves de supervisão que o BdP teve".
"Sentimo-nos enganados. Agora sabemos que o balanço do BES não era verdadeiro, as auditorias não estavam correctas, os próprios testes de 'stress' não valeram de nada", vincou o responsável.
No total, há cerca de 33 mil pequenos accionistas prejudicados, que terão investido em média 15 mil euros, num valor global superior aos 500 milhões de euros.
A 03 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.
Lusa/SOL