Por iniciativa da Dra. Catalina Pestana, minha apoiante na altura, e por todas as referências que esta me tinha dado de Sampaio da Nóvoa através da sua longínqua amizade desde dos tempos do partido LUAR , num belo dia de Verão, juntamente com um colega meu, professor da Universidade onde também eu dava aulas, e dirigi-me à Reitoria da Universidade Clássica para obter o apoio de Sampaio da Nóvoa para a minha candidatura à Câmara Municipal de Oeiras.
Após uma conversa inicial e cordial, numa sala muito bonita da reitoria e com uns sofás muito confortáveis, introduzi o tema das eleições autárquicas em Oeiras e juntamente com a Dra. Catalina Pestana enumerámos as vantagens que poderiam decorrer de um bom resultado em Oeiras através de uma candidatura independente.
Sampaio da Nóvoa, surpreendentemente respondeu para meu desencanto, que tinha tido uma ” experiência algo traumática no seu passado politico em que a única vez que tinha integrado uma lista de independentes, tinha obtido uma maior quantidade de assinaturas recolhidas, do que a quantidade de boletins que tinha entrado na urna de voto, no dia de eleições”
Como poderão calcular para alguém que está a tentar elaborar uma lista de independentes a uma autarquia, não é a resposta mais entusiasmante que se possa ouvir. Agora que ouço Sampaio da Nóvoa a falar de independência na Televisão, interrogo-me se não terá esquecido repentinamente no que toca a ele próprio, a sua experiência traumática da tal lista independente do seu passado…
Confesso é certo, que não foi só a argumentação usada por Sampaio da Nóvoa que me fez decidir a aceitar o apoio do CDS à minha candidatura em Oeiras. Houve outros factores como por exemplo, a História e ideologia antiga do partido e a sua ligação à minha história de vida, os obstáculos e as regras para um partido concorrer às eleições autárquicas estarem muito mais facilitadas do que para um movimento independente, quer a nível de recolha de assinaturas que em muitos concelhos em termos de quantidade rivaliza com o número de assinaturas para as eleições presidenciais (7500 assinaturas), quer em termos de leis de financiamento, quer também a nível logístico.
O que tenho notado é que Sampaio da Nóvoa surpreende sempre com um discurso em privado e outro em público; é um Homem de duas faces, senão vejamos;
1-É o melhor aluno do Governo PSD/CDS a executar e a pensar as políticas na sua Universidade e por isso mesmo é convidado para o discurso do 10 de Junho.
O que faz quando chega à hora do discurso? Perante a cara de pânico de Passos Coelho perante o inesperado, Sampaio da Nóvoa desanca de alto a baixo no Governo com um discurso digno do mais feroz opositor.
2 – Também é sabido que desde o congresso do PS que anda em conversações privadas com altas individualidades como Almeida Santos e vem a público negar três vezes, fazendo lembrar S. Pedro, dizendo que nunca falou com António Costa.
3 -Em privado sabe da fragilidade das candidaturas independentes e desmotiva quem o pretende fazer, como foi o meu caso, mas depois vem a público, quando chega a sua hora, dizer que a força da sua candidatura é o espirito independente e a ausência de ligações partidárias…também um pouco esquecido que fez parte do partido LUAR…
4 – Em privado tornou-se um dos colaboradores mais próximos do Governo PSD/CDS na área do ensino superior e depois apresenta-se em público como seu opositor.
Esta incoerência parece-me a mim ser algo do passado mas que estará para durar nos próximos meses. Sampaio da Nóvoa pelo que dá a conhecer quer estar no tabuleiro da independência e no tabuleiro do sistema partidário como nos tem habituado no seu “modus operandi”. Fazer este jogo dissimulado dá sempre nas vistas mesmo que se tente fazer o contrário!
