Golpe militar no Burundi

Está em curso esta quarta-feira um golpe militar na república africana do Burundi.

A iniciativa está a ser liderada pelo major-general Godefroid Niyombare e visa derrubar o Presidente Pierre Nkurunziza, mas a chefia de Estado afirma que o golpe falhou.

Desde final de Abril que o pequeno país se encontra em convulsão depois de Nkurunziza ter anunciado que era candidato a um terceiro mandato nas eleições de 26 de Junho. Mais de 20 pessoas morreram em confrontos e 50.000 fugiram para nações vizinhas.

Os militares revoltosos aproveitaram a ausência de Nkurunziza, que se encontrava na Tanzânia para uma reunião com parceiros regionais que tinha precisamente como tema a crise política no Burundi. O Presidente está a tentar regressar à capital Bujumbura.

O país ainda recupera de uma sangrenta guerra civil que terminou em 2006, e os críticos de Nkurunziza afirmam que a sua tentativa de perpetuação de poder viola os acordos de paz. O chefe de Estado de 51 anos é um antigo rebelde hútu que combateu o antigo regime tutsi e que crê ter sido escolhido por Deus para liderar o Burundi.

Niyumbare é um antigo camarada de armas de Nkurunziza. É um militar respeitado, liderou a secreta, foi embaixador no Quénia e considera que a permanência do rival no poder põe em perigo o frágil acordo de paz.

O Burundi, uma antiga colónia da Bélgica e da Alemanha, é uma república com uma área equivalente a um terço do tamanho de Portugal mas igual número de habitantes. É considerado um dos países mais pobres do mundo e vive sobretudo da exportação de café e ouro.