Adesão à greve dos trabalhadores da Carris é de 80%

A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da rodoviária de Lisboa Carris contra a subconcessão da transportadora era de 80% às 07h30, disse à Lusa Manuel Leal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.

"A greve está a decorrer com uma grande firmeza da parte dos trabalhadores. Estamos com uma adesão superior a 80%. Temos a perspectiva de que este número aumentará durante o dia", disse à agência Lusa, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Os trabalhadores da Carris estão concentrados na Estação de Santo Amaro, em Alcântara, Lisboa, iniciando depois uma marcha de protesto até à Assembleia da República.

"Estamos indignados. O conselho de administração da Carris está a impedir os trabalhadores que não trabalham aqui em Santo Amaro de entrar nas instalações, tendo reforçado o aparato de segurança", contou Manuel Leal.

O sindicalista disse que "a luta dos trabalhadores irá ter continuidade contra a intenção de privatização e de criação de uma autêntica parceria público-privada".

"Vamos agora iniciar uma marcha até à Assembleia da República para entregar a análise do caderno de encargos de subconcessão aos grupos parlamentares e à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves", conclui.

A greve de 24 horas dos trabalhadores da rodoviária de Lisboa Carris contra a subconcessão da transportadora deve perturbar hoje o serviço a partir das 03h00, apesar de os serviços mínimos obrigarem à circulação de 50% de 11 carreiras.

Fonte da empresa disse que, devido à greve "prevê-se a perturbação do serviço de transporte da Carris a partir das 03h00, prolongando-se a mesma até ao final do último serviço do dia".

O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social decretou como serviços mínimos para esta greve o funcionamento de 50% de 11 carreiras, tendo em conta linhas que desempenham "um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde, constitucionalmente consagrado".

De acordo com Manuel Leal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), a greve pretende lutar "contra o processo de privatização da Carris, que constituirá a tentativa da constituição de mais uma parceria público-privada, penalizando quer trabalhadores quer utentes, destruindo o serviço público que esta empresa presta hoje à população".

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Carris e algumas das estruturas sindicais marcaram também um debate no cinema São Jorge, às 10h00, para analisar o caderno de encargos e o impacto da subconcessão para a empresa e os trabalhadores, com a participação de investigadores.

Lusa/SOL