Clara Moura, a empreendedora que lançou o Home Hunting e que envereda agora por este novo projecto, explica como surgiu a ideia: “Após seis meses como portal imobiliário, a absorver as necessidades do mercado e a ver o que de melhor se fazia lá fora, foi quase natural evoluir para o modelo de agência imobiliária online”.
Clara salienta ainda que já têm a experiência de promover Lisboa, conhecendo a cidade e sabendo os canais de promoção de imobiliário. “Estamos entre a procura e a oferta, e ouvimos o que os nossos clientes procuram. Porque não ajudá-los a vender/arrendar os seus imóveis, por apenas uma fracção do preço que pagariam numa agência tradicional?”, questiona.
Até agora o cliente/vendedor/arrendatário tinha duas opções: ou colocava numa agência tradicional, onde a comissão é de 3% a 5% do valor de venda, ou uma a duas rendas, ou decidia fazer todo o trabalho sozinho. “Estas comissões faziam sentido noutros tempos, com outro tipo de consumidores. Ter uma loja de rua era fundamental, pois era lá que os clientes iam procurar os imóveis a comprar e os agentes criavam uma rede de contactos. Se não fosse falar com o seu agente, dificilmente conseguia mostrar ao mundo a sua casa”, refere a empresária.
Mas o mercado mudou. Segundo Clara Moura, o aparecimento de portais imobiliários permitiu aos clientes saberem tanto dos imóveis como os próprios proprietários, mesmo antes de fazerem a primeira visita.
Os proprietários também estão cada vez mais informados e querem flexibilidade, mas os agentes tradicionais não o permitem. A indústria está aberta a uma disrupção, com um modelo que não muda há demasiados anos. “Dado que hoje dia, em Portugal, 90% das pesquisas de propriedades começam online, parece estranho que as agências tradicionais continuem a cobrar percentagens tão altas, quando a maior parte do trabalho já foi feito antes, e não por eles”, continua a empreendedora.
Fugir às comissões
A responsável admite que o futuro das pesquisas de propriedades está no online. Muitos proprietários já se queixam e acabam por tentar fazer tudo sozinhos para fugirem às comissões, mas sentem falta de apoio. Para a maioria é um trabalho difícil: não sabem os preços certos do mercado, não sabem onde e como anunciar, não têm possibilidade de receber chamadas durante todo o dia, e não estão preparados para lidar com negociações e toda a documentação envolvida nos contratos.
“A agência Home Hunting faz todo esse trabalho, deixando apenas as visitas para o proprietário. E ser online não significa menos qualidade, significa estar à frente. Já andamos a trabalhar o mercado para promoção online desde que nascemos”, explica Clara Moura, “agora, pomos esse conhecimento ao serviço dos nossos clientes. O mundo vai evoluir neste sentido, como evoluiu a marcação de voos ou de hotéis/alojamento. Os consumidores preferem cada vez mais o online”.
A Home Hunting trabalha com margens muito reduzidas e por isso a empresária está convicta de que a taxa de sucesso do negócio será alta. Um mês e meio após o lançamento da área de agência imobiliária online, já houve muitos contactos e vários clientes proprietários apostaram nos novos serviços da empresa.