A designação, em 25 de Abril, de Nkurunziza como candidato do seu partido para disputar um terceiro mandato presidencial, nas eleições de 26 de Junho, desencadeou uma vaga de protestos, que se saldou por 20 mortos.
Na quarta-feira, falhou uma tentativa de golpe de Estado, e os seus promotores estão detidos ou a ser perseguidos.
Hoje, Nkurunziza associou os manifestantes que se opõem à sua terceira candidatura presidencial aos golpistas.
O Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) exprimiu também hoje a sua inquietação com a fuga massiva dos mais de 100.000 cidadãos do Burundi que procuraram refúgio nos países vizinhos.
A fuga intensificou-se na semana que agora acaba.
Os refugiados do Burundi na Tanzânia, onde está a maior parte, passaram de 17.700 há uma semana para mais de 70.200 hoje.
Na Tanzânia, a maior quantidade de refugiados está em Kagunga, nas margens do lago Tanganica, que banha os dois países.
Apesar de ser de difícil acesso por terra, por estar rodeada por uma cadeia de montanhas, Kagunga é acessível por barco.
O ACNUR alugou entretanto um velho 'ferryboat' para facilitar o trânsito dos refugiados de Kagunga para Kigoma, de onde são transferidos para um campo, em Nyanrugusu.
Este navio tem mais de 100 anos e pode transportar 600 pessoas em cada viagem, num trajecto que demora 10 horas.
Uma porta-voz do ACNUR adiantou que as condições de vida em Kagunga tornaram-se muito duras, devido em particular à falta de água potável, latrinas e abrigos e uma procura dos serviços de saúde que os submergiu.
Lusa / SOL