A definição é do Manual Merck, (promovido pela farmacêutica MSD e disponível aqui ), que explica ainda que “a anafilaxia nunca ocorre na primeira exposição a um alergénio” (a substância que causa a alergia).
Os alergénios “mais frequentes são os medicamentos, as picadas de insetos, certos alimentos e as injeções de imunoterapia alergénica”, pode ler-se neste manual online. Que exemplifica: “A primeira exposição à penicilina ou a primeira picada de abelha não desencadeiam a anafilaxia, mas a seguinte já o pode fazer”. A situação complica-se porque “muitas pessoas não se recordam de ter sofrido uma primeira exposição”.
Nas crianças, acrescenta a ‘biblioteca de doenças’ disponível nos sites dos hospitais CUF ( aqui ), as causas mais frequentes de choques anafilácticos “estão relacionadas com alimentos, como o leite de vaca, ovo, amendoim, frutos secos (noz, avelã, amêndoa), marisco, peixe e trigo. Outras causas possíveis são os medicamentos, como é o caso dos anti-inflamatórios e dos antibióticos, o frio ou as picadas de insetos (abelhas e vespas)”.
A ‘biblioteca de doenças’ acrescenta que os sintomas desta condição são, em geral, “prurido cutâneo (comichão), urticária, edema [inchaço] dos lábios, língua, pálpebras ou outras regiões do corpo, tosse, dificuldade respiratória ou pieira, náuseas, vómitos ou cólicas abdominais e diarreia”.
E “começam imediatamente ou quase sempre nas duas horas posteriores à exposição à substância prejudicial”, adianta o Manual Merk, acrescentando que “a pessoa pode sentir-se inquieta, estar agitada e ter palpitações, formigueiro, pele avermelhada e ardor, latejar nos ouvidos, tosse, espirros, urticária, edemas ou uma maior dificuldade em respirar devido à asma ou à obstrução da laringe”.
Em casos especialmente graves, é possível que a anafilaxia evolua “tão rapidamente que pode causar um colapso, convulsões, incontinência da urina, perda de consciência ou um ataque cerebral súbito ao fim de um ou dois minutos”.
O que se deve fazer, nomeadamente tendo em conta que pode ser fatal?
A ‘Biblioteca de Doenças’ dos sites dos hospitais CUF recomenda que se deve contactar a linha de apoio Saúde 24 ( aqui ) ou dirigir-se de imediato a um serviço de urgência, "onde deverá ser administrada adrenalina para além de outros tratamentos”.
E deixa um conselho especial para as crianças que já tenham tido a experiência de uma reação anafiláctica. Deve-se “informar o pessoal escolar acerca das alergias graves”, para que a esta possa ser ajudada a dirigir-se a um serviço de urgência ou a iniciar o tratamento necessário.
Tratamento esse que, obrigatoriamente, já terá sido determinado por um médico imunoalergologista depois de traçar “a causa exata de anafilaxia e sua correta orientação, nomeadamente indicando o uso de dispositivos para autoadministração de adrenalina”.