Jorge Jesus, André Villas-Boas e Paulo Sousa juntaram-se no último fim-de-semana a José Mourinho e Vítor Pereira para colocarem os treinadores portugueses no topo da Europa: nenhum outro país tem cinco campeões nacionais entre os homens da táctica.
No universo das mais de 50 ligas do Velho Continente, os técnicos espanhóis são os únicos que se aproximam, com quatro vencedores. Mas, além da desvantagem numérica, a cotação dos campeonatos ganhos é inferior.
Se Luis Enrique e Pep Guardiola levaram o Barcelona e o Bayern Munique a bom porto na primeira e terceira ligas mais valorizadas no ranking da UEFA, já Joan Milán e Raúl Procopio foram campeões em provas de menor estatuto: o primeiro levou o Videoton ao título na Hungria, 31.ª liga no índice europeu, e o segundo fez a festa em Gibraltar, 54.ª e última do ranking.
No caso do quinteto português, não há campeões abaixo da 13.ª liga mais cotada, a grega, onde Vítor Pereira chegou a meio da época, com o Olympiacos em segundo lugar, para conduzir o clube ao quinto título consecutivo.
Estreante como campeão no estrangeiro, depois de dois títulos ao serviço do FCPorto, Vítor Pereira foi o primeiro dos cinco a abrir o champanhe, no dia 19 de Abril, quando restavam três jornadas por cumprir. As mesmas que faltavam em Inglaterra quando José Mourinho confirmou a conquista da Premier League para o Chelsea, a 3 de Maio.
Às duas ligas portuguesas (FCPorto), duas inglesas (Chelsea), duas italianas (Inter de Milão) e uma espanhola (Real Madrid) que já constavam do currículo, o treinador português mais consagrado acrescentou o oitavo título de campeão nacional, ao atingir o seu ‘tri’ naquela que é hoje a segunda liga mais cotada da Europa.
Três no mesmo dia
A quinta, a sétima e a 11.ª também tiveram dedo de técnicos portugueses. Jorge Jesus, André Villas-Boas e Paulo Sousa celebraram no passado domingo, 17 de Maio, as conquistas em Portugal, Rússia e Suíça.
Na 1.ª Liga as contas do título fecharam a uma jornada do fim, com o segundo campeonato consecutivo para o Benfica e o terceiro da era Jesus à frente dos ‘encarnados’. Na Rússia ainda se vão jogar mais duas rondas, mas o Zenit já não pode ser alcançado. Depois das experiências falhadas em Inglaterra (Chelsea e Tottenham), Villas-Boas festejou pela primeira vez além-fronteiras, repetindo o que já tinha feito por cá no FCPorto. E na Suíça Paulo Sousa soltou os foguetes com três jornadas por realizar, tal o avanço sobre a concorrência, sagrando-se campeão pela segunda vez no estrangeiro, após o sucesso nos israelitas do Maccabi Telavive.
A proeza dos treinadores portugueses ganha ainda maior projecção quando comparada a outras nacionalidades com tradição no futebol: Massimiliano Allegri, da Juventus, é o único italiano campeão no Velho Continente; Phillip Cocu, do PSV Eindhoven, salva a honra holandesa; e Craig Harrison, dos galeses do New Saints, é a excepção entre ingleses. Os alemães estão ainda pior, pois a única esperança que lhes restava, Thorsten Fink, deixou na semana passada o APOEL de Nicósia, que está a um passo de sagrar-se campeão em Chipre.