Acácio Pereira, presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, diz que “se o SEF tiver de juntar todos os cidadãos da União Europeia aos indivíduos extra-comunitários que hoje controla, e à prevenção e combate ao crime organizado e ao terrorismo, os seus recursos humanos pura e simplesmente não vão chegar”.
O alerta surge poucos dias antes do congresso organizado por este sindicato, que acontece esta sexta-feira, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa, e que tem como tema ‘os 30 anos dos Acordos de Schengen: Liberdade de Circulação numa Europa Segura’, onde marcarão presença a ministra e o secretário de Estado da Administração Interna, Anabela Rodrigues e João Almeida.
“Em Portugal todos os governos, e este que está em funções em particular, têm diminuído o SEF e impedido a entrada de um único inspetor nos últimos 12 anos. Hoje o serviço está reduzido a 750 inspetores, vários deles a prestar serviço na agência Frontex em missões no estrangeiro, que têm de controlar todos os portos marítimos, fronteiras terrestres e aéreas em Portugal continental e ilhas, desenvolvendo atividade investigatória e preventiva para defender os cidadãos nacionais e os imigrantes que cruzam Portugal das redes criminosas transnacionais”, afirma ainda o dirigente.
O primeiro painel do congresso, dedicado à ‘Segurança Europeia e Liberdade de Circulação’, terá como oradores Ângelo Correia, o deputado José Magalhães e Margarida Blasco, Inspetora-geral da Administração Interna. O painel ‘Cooperação Europeia e Prevenção do Terrorismo’ contará com os professores Heitor Romana e Francisco Proença Garcia (Universidade Católica) e com o inspetor superior do SEF Joaquim Pedro Oliveira. Haverá ainda um terceiro painel subordinado ao tema ‘Politicas e Estratégias de Segurança Nacional’, com os deputados Nuno Magalhães e António Filipe, assim como com o professor e ex-ministro Rui Pereira.