Um casal norte-americano acabou por adoptar o menino chileno, sem também saber os contornos em que tinha chegado ao orfanato. Da criança nunca esconderam que tinha sido adoptada e isso deixou em Travis a incessante vontade de saber mais sobre a família biológica.
O homem, hoje com 41 anos, diz que ao longo da vida sempre sofreu problemas emocionais relacionados com o sentimento de abandono e a melhor notícia que podia ter tido ao saber a sua verdadeira história foi o não ter sido abandonado pela mãe.
Nelly Reyes conta que teve uma gravidez normal e saudável. Mãe de mais cinco filhos além de Travis, recorda o dia 15 de Novembro de 1973, em que deu à luz um menino. Tinha 19 anos. Estava feliz com o nascimento mas rapidamente a felicidade deu lugar à profunda tristeza quando uma enfermeira lhe comunicou que o filho estava em risco de vida devido a um problema cardíaco. Horas mais tarde disse-lhe que tinha morrido.
Este não é caso único no Chile e a Justiça do país investiga agora um padre que terá montado um esquema com médicos e enfermeiros nos anos 70 para desviar crianças chilenas para famílias abastadas dos Estados Unidos.
Foi com a ajuda da comissão de protecção de menores chilena e com uma operação de crowdfunding que Travis descobriu toda a verdade e pôde viajar até ao Chile para reencontrar a sua mãe biológica, Nelly Reyes, de 61 anos.
A CNN acompanhou este reencontro comovente que aconteceu na zona de chegadas do Aeroporto de Santiago. Na mão a mãe tinha um cartaz que dizia ‘à espera de Travis. Com amor, a tua mãe Nelly e a tua família”. Com ela estavam também dois netos. Nervoso à chegada, Travis não tinha sequer a certeza se alguém da sua família biológica estaria lá para o receber.
O reencontro foi emocionante. Mãe e filho não hesitaram em correr para os braços um do outro. “Nem sei como me sinto. É de loucos! Nunca pensei que isto pudesse acontecer”, disse Travis. Nelly mal conseguia falar. “Vou abraçá-lo todos os dias. Amo-o tanto!”.