Essa prevenção, segundo o estudo, foi registada sobretudo na Austrália, Nova Zelândia e no norte da Europa.
O Protocolo de Montreal é um tratado da ONU ratificado por 196 países que se comprometeram em eliminar a produção de gases prejudiciais ao ozono.
De acordo com o estudo, hoje publicado no jornal especializado Nature Communications, se o Protocolo de Montreal não tivesse sido aprovado em 1987, o buraco da camada de ozono na Antártica teria aumentado em 40% até 2013.
Com base na mesma premissa, o documento indicou que os níveis de radiação ultravioleta na Austrália e na Nova Zelândia, países que têm atualmente as taxas de mortalidade mais altas por cancro de pele, teriam aumentado entre oito a 12%.
No norte da Europa, a diminuição da camada de ozono no Ártico poderia ter representado um aumento dos níveis de radiação ultravioleta na Escandinávia e no Reino Unido em cerca de 14%, acrescentou a investigação, que foi coordenada por Martyn Chipperfield, professor da Universidade britânica de Leeds.
"A nossa investigação confirma a importância do Protocolo de Montreal e mostra que já tivemos benefícios reais", afirmou Chipperfield.
"Sabíamos que o protocolo iria salvar-nos de uma grande perda de ozono no futuro, mas na verdade já ultrapassamos a fase em que as coisas iriam ser visivelmente piores", reforçou o investigador.
As concentrações de gases que destruem a camada de ozono estão atualmente cerca de 10% abaixo dos níveis máximos registados em 1993.
Mesmo assim, será preciso esperar até 2050 para que o buraco da camada de ozono na Antártica tenha a mesma amplitude que apresentava em 1980.
O Protocolo de Montreal, também ratificado pela União Europeia (UE), tornou-se no primeiro tratado na história das Nações Unidas a conseguir uma ratificação universal.
Lusa/SOL