No dia 18 de julho de 1971, Pelé anunciou que se ia retirar do futebol. Logo a seguir, Lennox Arthur deu o nome de Pelé ao seu clube.
Durante muitos anos cruzei-me com Edson Arantes do Nascimento (por extenso Pelé, como dizia Nelson Rodrigues) e muitas foram as histórias que fui guardando daquele que foi – nem sequer vou discutir! – o melhor jogador de futebol de todos os tempos que já foram e hão de vir.
1940-2022: oitenta e dois anos de imortalidade. Agora segue-se, até ao final dos tempos, o legado impossível da eternidade. Mas a grande luta seria a do anti-funeral! Recusar a seu lado o acto de morrer.
10 de novembro de 1962. Há quem jure a pés juntos que foi o melhor jogo da vida de Pelé. Para a Taça Intercontinental, frente ao Benfica (5-2).
Jogou quatro fases finais de campeonatos do mundo – em 1962 e 1966 com lesões graves – e foi três vezes campeão. Em 1958 era ainda apenas um menino mágico; em 1970, como escreveu Sérgio Rodrigues, resolveu desafiar Deus.
Ontem foi um dia no qual o Brasil chorou. Um povo alegre ensombrou-se com a tristeza de enterrar o mais brasileiro de todos os brasileiros. Pelé já não volta mais.
Como cresceu rápido Edson Arantes do Nascimento! Com 17 anos foi campeão do mundo com o Brasil, na Suécia. Desmaiou no fim.
Nem Três Corações puderam evitar a morte daquele cujo nome se confunde com futebol. Ele foi o maior e o melhor de todos os tempos. Ponto final.
A lenda do futebol morreu na passada quinta-feira, 29 de dezembro, no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A lenda do futebol foi operado a um tumor no intestino em setembro de 2021.