Nas contas relativas ao negócio aéreo do grupo (TAP S.A.) disponibilizadas pela empresa, verifica-se que, no final de Março de 2015, a transportadora tinha 505 mil euros por pagar, menos 7,9% do que em Dezembro de 2014.
A maior fatia de pagamentos por efectuar está na rubrica Outros Bens e Serviços. Totaliza 406 mil euros, ainda assim menos 17% do que no final do ano passado. Segue-se uma dívida referente a serviços de voz e dados fixos e móveis, no valor de 44,7 mil euros. E ainda uma factura de 43 mil euros relativa a veículos automóveis e motociclos, vencida há mais de um ano.
De qualquer forma, pelo menos desde Setembro passado que a TAP tem vindo a reduzir os pagamentos a fornecedores em atraso, apesar de no final do ano passado ter sido afectada por uma ameaça de greve perto do Natal e Fim de Ano. E que, mesmo não tendo sido concretizada, acabaria por ter efeitos na tesouraria que só começaram a amenizar-se em Março, com o normalizar da procura pela oferta da companhia.
Os números agora disponíveis também ainda não reflectem o impacto da paralisação dos pilotos durante dez dias, no início deste mês. Mas, segundo as contas do Governo, terá tido um custo de 35 milhões de euros, enfraquecendo ainda mais a tesouraria da companhia aérea.
Sindicatos reunidos
Na semana passada, na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, o secretário de Estado dos Transportes sublinhou que não será uma proposta de reestruturação. “É uma proposta que, seja do ponto de vista do acréscimo de receitas – portanto, de uma maior agressividade comercial -, seja do ponto de vista de redução de custos, pode compensar os efeitos muito nefastos que foram infligidos pela direcção sindical dos pilotos à empresa na sequência da greve”, detalhou Sérgio Monteiro.
O plano de equilíbrio de contas, o processo de privatização e as ofertas candidatas – sobretudo no que respeita à postura quanto aos trabalhadores do grupo ou à visão estratégica para a companhia – terão também estado em cima da mesa na reunião que ontem de manhã, ao longo de duas horas, a administração da TAP manteve com oito dos sindicatos que em Dezembro assinaram o acordo para travar uma greve.
Também ontem o Sindicato dos Pilotos da TAP e da Portugalia (SPAC), que assinou esse acordo mas que viria a desvincular-se da plataforma sindical da TAP, esteve reunido. Até à hora de fecho desta edição, não foi possível apurar as conclusões deste encontro. À Lusa, fonte oficial do SPAC desvalorizou a iniciativa, adiantando que “é uma reunião informal para conversar”.