Ministra da Justiça desmente Isaltino

A ministra Paula Teixeira da Cruz já respondeu às declarações feitas pelo ex-presidente da câmara de Oeiras Isaltino Morais que diz ter despedido a governante em 2007, quando esta trabalhava como assessora jurídica na Universidade Atlântica. 

Segundo escreve Isaltino no livro que hoje chega às bancas, Teixeira da Cruz recebeu 139 mil euros quando trabalhou naquela instituição de ensino, mas acabou por ser afastada por si “dado que não foram encontradas evidências de trabalho”.

A governante garante agora que  “nunca poderia ter sido ‘demitida’ pelo então presidente da autarquia” porque não teve nenhuma avença nem foi funcionária da Universidade Atlântica. Num esclarecimento à imprensa, Paula Teixeira da Cruz diz que foi advogada da Universidade em diversos processos, tendo recebido um total de 139. 410 euros pelos casos em que representou a instituição de ensino, entre 2001 e 2007.

No livro “A minha Prisão: E Se Acontecesse Consigo?” Isaltino defende que a actual ministra é uma pessoa “sem carácter e princípios”, acusando-a de, enquanto governante, ter influenciado o seu processo ao fazer declarações públicas contra as prescrições.

Teixeira da Cruz responde agora que Isaltino não foi a “musa inspiradora” das declarações que fez sobre as alterações ao Código de Processo Penal, entre elas o fim das manobras que permitem arrastar sucessivamente os processos na Justiça.  E conclui dizendo que a medida não afectou o processo de Isaltino, porque as “alterações às leis penais não têm efeitos retroactivos”.

joana.f.costa@sol.pt