"Os compradores não devem acreditar no que diz o Banco de Portugal", disse à Lusa o presidente da AIEPC – Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Ricardo Ângelo, defendendo que os compradores devem ouvir a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a comissão de inquérito e o relatório forense.
"Os compradores devem é acreditar na palavra dos clientes do banco, se é que os querem manter", disse, lembrando que os lesados do BES vão continuar a lutar para reaver o dinheiro que investiram em papel comercial do GES.
Na sexta-feira, numa nota publicada no seu portal, o Banco de Portugal reiterou que os interessados na compra do Novo Banco não têm responsabilidades sobre a dívida emitida pelo GES que foi subscrita nos balcões do Banco Espírito Santo (BES).
Um dia antes, o Governo tinha anunciado, após a reunião do Conselho de Ministros, a intenção de reconduzir o governador Carlos Costa no Banco de Portugal.
"O governador inicia mal o seu mandato, defendendo a banca e deixando para trás as pessoas. Parece que está a retribuir o favor do Governo na renovação do mandato", adiantou Ricardo Ângelo.
Mais de duas centenas de emigrantes portugueses vítimas do colapso do Banco Espírito Santo manifestaram-se esta manhã, em frente a uma agência do banco em Paris, para reclamar o reembolso das poupanças que investiram.
Se não forem ouvidos, os manifestantes prometem novo protesto em Lisboa, na Avenida da Liberdade, a 10 de agosto, disse à Lusa a organizadora da concentração, Amélia Reis, de 57 anos, antiga ama dos sobrinhos de Ricardo Salgado e a viver em Paris desde 1976.
Lusa/SOL