"Aí [nas pensões] não se mexe", referiu Carlos Silva, que falava à Lusa em Esposende, no final de um encontro nacional de jovens, organizado pela Comissão de Juventude da UGT, em parceria com o Centro de Formação Sindical e Aperfeiçoamento Profissional.
O dirigente sindical vincou que o dinheiro da Segurança Social "não é dos governos, mas sim dos trabalhadores", para acrescentar que os executivos não podem socorrer-se "a todo o momento" daquele cofre para acudir a momentos de emergência nacional.
Afirmando-se consciente de que há um défice na Segurança Social (SS), de cerca de 30% ao ano, Carlos Silva reconheceu é preciso "encontrar soluções" para o problema.
"O PSD propõe um corte de 600 milhões de euros em 2016, mas nós não estamos de acordo que se mexa nos cofres da Segurança Social. A UGT é liminarmente contra", reiterou.
Para o líder da UGT, é necessário avançar para a "construção de uma solução", em Concertação Social, no quadro de um "amplo debate" entre os partidos e os parceiros sociais.
"Mas só depois das legislativas, não num clima de campanha eleitoral", disse ainda.
A UGT reivindica uma "gestão tripartida" da Segurança Social, que envolva Governo, trabalhadores e patrões.
Em relação a uma notícia publicada da edição de hoje do jornal Público, que refere que, segundo a Comissão Europeia, em 2025 a pensão dos portugueses corresponderá a menos de 45% do salário e em 2060 a pouco mais de 30%, Carlos Silva afirmou que são números que "assustam" e que "obrigaram os parceiros sociais a sentarem-se à mesa".
"Afinal, andámos a descontar para quê? Para sustentar o quê? As gorduras do Estado'", insurgiu-se.
O líder da UGT sublinhou que os portugueses merecem ter uma "pensão digna, equivalente ao esforço que fizeram numa longa carreira contributiva".
Lusa/SOL