"Há realmente essa notícia menos boa de que passamos de 355 praias classificadas em 2014 para 314 praias com qualidade de ouro em 2015, apesar de termos aumentado o número de águas balneares, que este ano são 569", avançou à agência Lusa Francisco Ferreira.
Do total das 314 praias distinguidas com qualidade de ouro, 26 são praias interiores "um número pouco significativo, mas já começa a ser importante", segundo o técnico da Quercus.
O ranking apresenta menos 39 praias costeiras e menos duas interiores, em comparação com 2014, uma diferença relacionada com o peso maior das praias de mar no total de zonas balneares.
O município com maior número de praias com qualidade de ouro continua a ser Albufeira, com 21 zonas balneares, seguida de Vila Nova de Gaia com 18 e Vila do Bispo com 12, Torres Vedras 11, Cascais e Grândola com 10 classificações cada.
O grupo de praias interiores com qualidade de ouro é liderado por Vinhais com três casos, seguindo-se Macedo de Cavaleiros, com duas zonas balneares.
Entre 2014 e 2015, houve 21 novas águas balneares a receberem a distinção de qualidade de ouro, enquanto 62 perderam essa classificação.
"Não estavamos à espera deste comportamento, é a primeira vez que temos um decréscimo do número de zonas balneares classificadas com qualidade de ouro de um ano para o outro", com uma queda superior a 10% (menos 41 praias), salientou Francisco Ferreira.
Questionado acerca das razões para esta situação, referiu que podem existir ter algumas fontes de contaminação próximo de algumas praias, alguma pressão maior com bares, restaurantes e casas em ribeiras próximas da praia, mas "não é fácil descobrir as causas".
Em 2015, "já que com situação de eventual seca, a qualidade da água tem tendência a piorar ligeiramente nas zonas interiores", acrescentou o técnico da Quercus.
A associação de defesa do ambiente classifica as praias portuguesas no que respeita à qualidade da água, com base na avaliação das épocas balneares dos últimos cinco anos, exigindo uma "nota" excelente, e todas as análises realizadas na última época balnear devem não ter indícios de contaminação nos dois parâmetros avaliados (enterococos intestinais e da 'escherichia coli').
"Basta no historial dos cinco anos não ter um ano com qualidade excelente ou no último ano ter uma análise que teve valores um pouco mais elevados" dos dois parâmetros e já não é atribuída a classificação, explicou Francisco Ferreira.
A época balnear inicia-se hoje em 180 praias portuguesas e em mais 199 a 15 de junho. A partir de agosto, são 569 as águas balneares com condições para serem frequentadas.
A avaliação efetuada pela Quercus é mais limitada em comparação com os múltiplos critérios para atribuição da Bandeira Azul, ao basear-se apenas na qualidade da água das praias, apesar de ser mais exigente neste aspeto, para além de incluir todas as águas balneares, sem exigir qualquer processo de candidatura.
Lusa/SOL