A frase que dá o mote a esta campanha é “Também gostava de ser cozido vivo?”. Vamos assumir que é retórica para não termos que responder: “Em que sentido? Mais a vapor, ou mais como as virilhas dos gordos depois de andarem mais de 200 metros?”.
Atenção que eu acho abomináveis coisas como a tourada, os animais de circo e outras formas de maus tratos a esta malta. Mas vamos lá ser razoáveis. Ou vão começar a fazer campanhas dirigidas às orcas para elas pararem de brincar com as focas antes de as comerem? Vão pedir às fêmeas de louva-a-deus para não comerem a cabeça do macho depois de terem sexo louco? Duvido, embora o devessem porque isto sim, não tem jeito nenhum. Até fico com medo de engatar uma fêmea destas à saída do Main.
Eu respeito os vegetarianos, tento compreender todos os seus argumentos e concordo com muitos deles. Mas mesmo que tenha saído um documentário chamado “Snailspiricy”, isto já é brincar às paranóias. É que depois desta campanha, o próximo passo é uma em que defendem que não se coma alfaces porque os caracóis, mais os de classe alta, consideram-nas um acepipe de luxo e depois morrem de depressão se não as puderem comer. Já para não falar do petisco conhecido como “pica-pau”! Não só é feito com carne como tem nome de pássaro. Duplo crime para os vegetarianos, de certeza.
Pessoalmente, aprecio tanto que sejam vegetarianos obcecados como não me obriguem a sê-lo também porque, como em tudo, estas posições extremistas são tão inúteis para o mundo como tentar convencer um neo-nazi que um judeu é uma pessoa normal. As tuas intenções até são boas mas isso vai dar merda, sendo que neste caso a tentativa ainda valeria a pena. Já esta campanha dos caracóis, só dá vontade de mandar vir já uma travessa, imperiais e pão torrado.
Moderem lá o fanatismo antes que se tornem o ISIS da alimentação e comecem a raptar pessoas a meio de um bitoque, a destruir marisqueiras e a fazerem-se explodir em talhos com couves-atómicas. É que este extremismo até vos tira credibilidade em tantos outros bons argumentos que defendem.